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Tiroteio fecha a Linha Vermelha
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Um arrastão, seguido de uma
troca de tiros entre policiais e traficantes, levou pânico aos motoristas que passavam pela Linha
Vermelha (via expressa que liga a
zona norte do Rio à Baixada Fluminense) no final da noite de anteontem.
O chefe-de-gabinete da Polícia
Civil, delegado Pedro Paulo Pinho, estava passando pelo local
no momento do arrastão e ordenou o fechamento da via por mais
de uma hora.
A decisão foi defendida pelo
chefe da Polícia Civil, delegado
Zaqueu Teixeira, que declarou
que as pistas foram fechadas para
"preservar os motoristas".
De acordo com a polícia, traficantes do complexo da Maré (zona norte da cidade) aproveitaram
um engarrafamento provocado
por um pequeno acidente que envolveu uma moto e um ônibus,
ocorrido por volta das 23h, na altura da ilha do Fundão, para assaltar os motoristas.
Os ocupantes de um carro da
Polícia Civil que passava pelo local trocou tiros com os traficantes.
Os motoristas entraram em pânico. Alguns deram marcha a ré para tentar sair da linha de tiro. Outros permaneceram abaixados
dentro dos carros, esperando o
fim do tiroteio.
Os traficantes fugiram. O delegado Pinho, que estava no carro
da polícia, pediu reforço e determinou que um comboio de carros
da Polícia Civil fosse atrás dos criminosos.
A Linha Vermelha foi patrulhada durante horas pela Polícia Civil, com ajuda do Getam (Grupamento Especial Tático-Móvel da
Polícia Militar), mas ninguém foi
preso.
Os policiais também montaram
uma blitz na altura do Caju (zona
norte do Rio), que durou a madrugada toda.
Alvo constante
As vias expressas do Rio têm sido alvo constante da ação de criminosos. No último domingo, o
inspetor Marcos Augusto de Paula teria sido capturado por um
"bonde" (comboio de traficantes
armados) na avenida Brasil e assassinado.
Horas antes, o vice-presidente
do Parlamento angolano, deputado Julião Paulo, e a mulher, Rosa
Cunha, foram assaltados na avenida Perimetral (centro), pouco
depois de desembarcarem no Aeroporto Internacional (zona norte). Os assaltantes, em dois carros,
levaram bagagem, documentos e
US$ 2.500.
No sábado, Antônio Carlos dos
Santos Machado, 26, foi morto
com um tiro de fuzil na Linha
Amarela (via expressa que liga as
zonas norte e oeste) quando viajava com a torcida do Fluminense
em um ônibus para Curitiba (PR).
Ontem de manhã, o prefeito do
Rio, Cesar Maia (PFL), criticou o
policiamento das vias expressas.
Comentando os frequentes tiroteios, ele sugeriu a municipalização da Linha Vermelha e disse
que, com o dinheiro economizado na manutenção da via, o Estado investiria na segurança.
A governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva (PT), afirmou que a situação de violência
no Estado, como os tiroteios nas
vias expressas, já vem acontecendo há algum tempo. De acordo
com Benedita, os governos municipal, estadual e federal precisam
"dar as mãos para trabalhar no
combate à violência no Estado".
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