DA REPORTAGEM LOCAL

A versão do vereador petista José Mentor de que as emendas que mudam o zoneamento, incluídas na última hora no Plano Diretor, foram "lidas e relidas" pela comissão formada para elaborá-lo é desmentida por dois de seus integrantes.
O relator Nabil Bonduki (PT), um dos cinco do grupo, afirmou que recebeu as emendas de Mentor, olhou-as rapidamente, e se posicionou contra a inclusão. "Elas feriam princípios que havíamos estabelecido, de não mexer pontualmente no zoneamento. Mas não havia tempo para analisá-las", disse Bonduki.
Toninho Paiva (PL), outro membro da comissão, afirma que Mentor não abriu espaço para comentários. "Ele entregou as emendas ao Nabil [Bonduki", que as recusou. Diante da insistência de Mentor, Nabil resolveu incluí-las", afirmou.
Além de Paiva, Bonduki e Mentor, formavam a comissão os vereadores Arselino Tatto (PT) e Bispo Atílio (PTB). À noite, a Folha procurou Atílio, outro nome citado na entrevista de Mentor.

Sigilo
Paiva e Nabil têm versão diferente a respeito do suposto acordo, citado por Mentor, sobre o sigilo da autoria das emendas. "Desconheço", disse o primeiro.
"O que houve foi um consenso, feito muito no início do processo de elaboração do substitutivo, de que as emendas não seriam personalizadas", afirmou Bonduki. "Tanto não houve acordo que hoje [ontem] eu trabalhei na identificação das emendas."
De acordo com o relator, havia um critério para propostas de mudanças de zoneamento no plano: as que mudavam zonas estritamente residenciais para mistas, por exemplo, deveriam ser adiadas ou, pelo menos, debatidas.
"A criação de novas regiões Z1, que são restritivas [a zona permite apenas casas residenciais], era proposta do texto original, que veio da prefeitura. Além disso, haviam sido debatidas", disse.


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