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São Paulo, sexta-feira, 05 de setembro de 2003

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FUNEXPO 2003

Preconceito contra quem atua no setor é um dos temas na Funexpo 2003, que começa hoje

Funerários querem "humanizar" profissão

LUIZ CAVERSAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Agentes funerários do interior de São Paulo, de diversos Estados e também do exterior se reúnem de hoje a domingo na capital num grande evento que tem por finalidade a realização de negócios, mas também discutir a "humanização" do setor.
Trata-se da Funexpo 2003, feira funerária que neste ano contará com 60 expositores e deverá receber mais de 4.000 visitantes, profissionais da área, no Centro de Exposições Imigrantes .
Entre os produtos que serão expostos, os mais novos modelos de caixões e urnas, automóveis para transportar o féretro, apetrechos para velório e material de última geração para preparar o corpo, bem como planos de assistência funerária.
No campo institucional, seminários e grupos de trabalho vão debater temas como o relacionamento dos agentes com familiares de mortos e o relacionamento com a sociedade, que normalmente estigmatiza o setor.
Em mais de 90% dos municípios brasileiros, o serviço funerário é realizado por empresas particulares, diferentemente de São Paulo, onde todo o processo que envolve sepultamento está a cargo do serviço público.
"São mais de 5.500 empresas, a maior parte delas familiares", informa Lourival Panhozzi, 43, presidente da Associação Brasileira de Empresas e Diretores Funerários e empresário do setor na região de Botucatu (SP).
O objetivo da feira é estimular negócios, inclusive internacionais. "Mas também estamos muito preocupados em diminuir o preconceito. Enfrentamos problemas, como as pessoas acharem que não nos importamos com a morte ou que queremos mais que as pessoas morram para lucrar. Nossos filhos também têm dificuldades. Tem gente que se recusa a namorar alguém de uma família de funerária", afirma Panhozi.
No campo dos negócios, ele estima que sejam movimentados por ano no Brasil R$ 750 milhões em funerais, envolvendo os cerca de 1 milhão de óbitos anuais.
Hoje, na abertura, será apresentada uma urna funerária com sete metros de comprimento. "Queremos simbolizar o enterro definitivo, no país, de coisas negativas, como a fome, o descaso, a violência", disse Panhozi.


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