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FUNEXPO 2003
Preconceito contra quem atua no setor é um dos temas na Funexpo 2003, que começa hoje
Funerários querem "humanizar" profissão
LUIZ CAVERSAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Agentes funerários do interior
de São Paulo, de diversos Estados e também do exterior se reúnem de hoje a domingo na capital num grande evento que tem
por finalidade a realização de negócios, mas também discutir a
"humanização" do setor.
Trata-se da Funexpo 2003, feira funerária que neste ano contará com 60 expositores e deverá
receber mais de 4.000 visitantes,
profissionais da área, no Centro
de Exposições Imigrantes .
Entre os produtos que serão
expostos, os mais novos modelos de caixões e urnas, automóveis para transportar o féretro,
apetrechos para velório e material de última geração para preparar o corpo, bem como planos
de assistência funerária.
No campo institucional, seminários e grupos de trabalho vão
debater temas como o relacionamento dos agentes com familiares de mortos e o relacionamento com a sociedade, que normalmente estigmatiza o setor.
Em mais de 90% dos municípios brasileiros, o serviço funerário é realizado por empresas
particulares, diferentemente de
São Paulo, onde todo o processo
que envolve sepultamento está a
cargo do serviço público.
"São mais de 5.500 empresas, a
maior parte delas familiares", informa Lourival Panhozzi, 43,
presidente da Associação Brasileira de Empresas e Diretores
Funerários e empresário do setor na região de Botucatu (SP).
O objetivo da feira é estimular
negócios, inclusive internacionais. "Mas também estamos
muito preocupados em diminuir o preconceito. Enfrentamos
problemas, como as pessoas
acharem que não nos importamos com a morte ou que queremos mais que as pessoas morram para lucrar. Nossos filhos
também têm dificuldades. Tem
gente que se recusa a namorar
alguém de uma família de funerária", afirma Panhozi.
No campo dos negócios, ele estima que sejam movimentados
por ano no Brasil R$ 750 milhões
em funerais, envolvendo os cerca de 1 milhão de óbitos anuais.
Hoje, na abertura, será apresentada uma urna funerária com
sete metros de comprimento.
"Queremos simbolizar o enterro
definitivo, no país, de coisas negativas, como a fome, o descaso,
a violência", disse Panhozi.
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