São Paulo, segunda-feira, 05 de setembro de 2005

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Mulher cria aversão pelo transporte

DA REPORTAGEM LOCAL

O trauma causado por um assédio que sofreu há quase 30 anos levou Cristina Kaufmann, 46, a criar uma aversão pelo transporte coletivo na cidade de São Paulo.
Hoje ela só se desloca de carro e nunca deixou que a filha, atualmente com 21 anos, andasse de ônibus e nem mesmo metrô na capital paulista. "Se precisar, ela pega um táxi", diz Kaufmann.
"Não tenho medo fora do Brasil. É diferente. Já andei em Nova York, em Paris, as pessoas não encostam", afirma ela, cuja filha está morando na Espanha e já viveu na Alemanha, sempre se deslocando por lá com transporte público.
Kaufmann conta que usava ônibus diariamente até sua filha nascer. Ela fazia cursinho para entrar na faculdade -mais tarde se tornou professora- quando passou pelo constrangimento dentro do coletivo, num final de tarde.
"Comecei a sentir um cara encostando e me incomodando. Quando olhei para trás, vi que ele estava com seu membro para fora da calça", relata. "O ônibus estava lotado, mas eu consegui atravessar correndo para fugir dali", diz.
Silvana Zuccolotto, presidente da comissão de recursos humanos da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), diz que as mulheres "tendem a se afastar cada vez mais do transporte coletivo" por causa do assédio. "Nos ônibus elas ficam ainda mais vulneráveis porque os motoristas e cobradores estão sozinhos, não têm nenhum agente com quem se comunicar." (AI)


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