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PF investiga imóveis da quadrilha de banco
Bens, entre eles fazenda e posto de gasolina, podem ter sido comprados com parte dos R$ 164,8 mi furtados do BC de Fortaleza
Em São Paulo, advogado foi preso sob a acusação de ligação com o PCC e com a morte de juiz-corregedor em Presidente Prudente
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal já identificou 11 imóveis espalhados pelo
país -entre eles duas fazendas
e um posto de gasolina- sob
suspeita de terem sido adquiridos com parte dos R$ 164,8 milhões furtados do Banco Central de Fortaleza, em agosto de
2005. O grupo, acusado pela PF
de ligações com a facção PCC
(Primeiro Comando da Capital), teve frustrado, na sexta,
um assalto -dessa vez a duas
agências de Porto Alegre.
Agentes da PF também prenderam ontem o advogado Edson Campos Luziano, em São
Bernardo, sob a acusação de ligação com a quadrilha de bancos do PCC. No começo da noite, a PF localizou, em uma casa
em Ribeirão Pires, na Grande
São Paulo, US$ 91 mil (R$ 193
mil) -dinheiro que também
seria do furto ao BC.
Três dos 11 imóveis seqüestrados pela PF ficam em São
Paulo, dois, no Pará, quatro, no
Maranhão, um fica em Mato
Grosso e outro, no Tocantins.
Contando os 26 homens presos
na sexta em Porto Alegre dentro do túnel que os levaria às
agências bancárias, já foram
presas 47 pessoas na Operação
Facção Toupeira, que visa investigar o furto ao BC e o PCC.
Até agora, o delegado Marcelo Sabadin Baltazar e os investigadores da Delepat (Delegacia
de Repressão a Crimes contra o
Patrimônio) localizaram duas
casas (uma em Peruíbe, no litoral sul paulista, e outra no bairro Nossa Senhora do Carmo, na
zona sul de SP) e uma chácara
em São Bernardo do Campo.
A casa em Peruíbe pertence a
Jeovan Laurindo da Costa, preso na sexta no Parque Bristol
(zona sul) sob a acusação de ser
uma espécie de gerente do
PCC. No imóvel, sábado, foram
apreendidos R$ 450 mil do BC.
Costa é irmão de Lucivaldo
Laurindo, apontado como um
dos mentores do assalto.
O advogado Luziano também
é suspeito de ter ligações com o
integrante do PCC Reinaldo
Teixeira dos Santos, 27, o Funchal, acusado de ter assassinado o juiz-corregedor Antonio
José Machado Dias, 47, em
março de 2003, em Presidente
Prudente. A PF não informou
se Luziano tem advogado.
A PF também procura três
pessoas identificadas apenas
como Monstrinho, Lucas e Rosendo, que teriam ficado com
parte do dinheiro pago pelos familiares do traficante Luiz Fernando Ribeiro, o Fê, em outubro de 2005, para os criminosos que o seqüestraram e o mataram. Fê deu R$ 300 mil para
financiar o furto ao BC.
Imóveis pelo Brasil
A PF de Goiás prendeu o subtenente da reserva da PM Benedito Ferreira da Silva, 51, sob
a suspeita de ligação com o furto ao BC. Silva foi preso na sexta em um posto de gasolina de
sua propriedade, em Marabá
(PA). Com ele, foram apreendidos R$ 20 mil e uma caminhonete. A Justiça seqüestrou o
posto e uma fazenda dele.
No final de semana, equipes
da PF no Maranhão descobriram um sítio, uma chácara, um
hotel e uma loja de material de
construção que, segundo as investigações, foram compradas
com dinheiro do furto por Raimundo Laurindo Barbosa Neto, preso em Parnaíba (PI). Ele
também tem uma fazenda em
Pium (TO), onde no domingo
foram apreendidos R$ 196 mil.
Neto, segundo a PF, disse ter
ficado com R$ 4,8 milhões do
caixa-forte. O dinheiro, porém,
não foi localizado. Em Mato
Grosso, a PF descobriu uma fazenda em Rondonópolis que
também pode ter sido comprada com recursos do furto.
Delação premiada
Os 26 presos acusados de
tentar assaltar as duas agências
em Porto Alegre recusaram os
benefícios da delação premiada
oferecidos ontem pela PF. "A
recusa se deve aos códigos deles. Quem delata fica marcado",
diz o superintendente da PF no
Rio Grande do Sul, José Francisco Mallmann, esclarecendo
que a delação é sugerida e depois, se aceita, pedida oficialmente à Justiça Federal. O benefício é a redução da pena.
Colaborou a Agência Folha
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