São Paulo, sexta-feira, 05 de setembro de 2008

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Enquanto dormiam, 4 moradores de rua são baleados na Lapa; 1 morre

Polícia diz acreditar que uma briga em um bar possa ter motivado o ataque

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Quatro moradores de rua foram baleados enquanto dormiam, na madrugada de ontem, sob a marquise de uma agência bancária na Lapa (zona oeste). Uma das vítimas morreu no hospital e outras duas estavam internadas em estado grave até a noite de ontem.
A polícia acredita que o crime possa ter sido cometido por causa de uma briga, mas não descarta a hipótese de que o atirador tenha agido a mando de comerciantes locais.
As vítimas do crime, segundo a polícia, foram José Alves Ribeiro, 43, Douglas Caleporte, 18, Givani Pereira de Oliveira, 30, e um homem de 38 anos conhecido como "Ceará", que morreu no hospital e até ontem não havia sido identificado pela polícia, por estar sem RG.
Todos são carroceiros e viviam na região havia aproximadamente dois meses, segundo um colega deles, que pediu anonimato. Esse homem disse que foi convidado para dormir sob a marquise, mas não aceitou porque iria tomar conta de carros.
Segundo outros carroceiros, "Ceará" era o mais violento do grupo, que já havia discutido com donos de bares da região.

Briga
Segundo o delegado Renato Ferreira, titular do 7º DP (Lapa), por volta das 23h de quarta-feira, os quatro carroceiros se envolveram em uma briga em um bar da região da Lapa e atiraram uma garrafa contra um casal, que fugiu do local.
Depois disso, foram à marquise do Unibanco, na rua Clemente Álvares, e dormiram. O atirador chegou por volta da 0h20. Ele desceu de um carro e fez pelo menos seis disparos contra as vítimas, que estavam deitadas no chão.
Caleporte disse a um policial militar que seria capaz de identificar o atirador, que usou um Fiat Uno vermelho e um revólver para cometer o crime.
Depois da fuga do assassino, um dos carroceiros tentou pedir ajuda para os vigilantes do Fórum da Lapa, que fica em frente ao Unibanco. As vítimas foram socorridas por bombeiros de um quartel que fica a menos de um quarteirão do local e levadas para o hospital.
Até o início da noite de ontem, Caleporte e Oliveira estavam internados em estado grave. O quadro de saúde de Ribeiro era estável.
O depoimento de Caleporte, que só vai acontecer quando sua saúde melhorar, deve ser a principal pista da polícia para localizar o assassino.
O delegado Ferreira afirmou que os três carroceiros eram suspeitos de terem cometido diversos furtos na região. "A principal hipótese é que o crime tenha sido resultado de uma briga", disse.
O policial afirmou que está praticamente descartada a hipótese de que o crime tenha sido motivado por intolerância.
O caso está sendo investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) e pelo 7º DP.


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