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Filho de Pelé será julgado hoje por morte em suposto racha
FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos
O ex-jogador de futebol Edson
Cholbi do Nascimento, 29, o Edinho, filho de Edson Arantes do
Nascimento, o Pelé, será julgado
hoje por um júri popular em Santos (SP) devido à morte por atropelamento do aposentado Pedro
Simões Neto, na madrugada de 24
de outubro de 1992.
O Ministério Público denunciou Edinho e o estudante Marcílio José Marinho de Melo, 25, por
crimes de homicídio e lesões corporais, cujas penas variam de 6 a
20 anos de prisão.
Eles são acusados de terem provocado a morte do aposentado,
que pilotava uma moto, ao participarem de um suposto racha
(corrida de carros) na avenida
Epitácio Pessoa, em Santos.
A decisão de levar o caso a júri
popular foi do Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo, que em
fevereiro acolheu recurso do promotor Octávio Borba de Vasconcelos Filho contra decisão da Justiça local. Com o acolhimento do
recurso, foi alterada medida do
juiz Gilberto Ferreira da Cruz, segundo a qual o caso era classificado como culposo (sem intenção).
Somente os crimes considerados dolosos (nos quais o autor
premeditou o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo) são levados a júri popular. Ontem, a defesa tentou adiar o julgamento,
mas o pedido foi rejeitado.
No total, 12 testemunhas (8 de
defesa e 4 de acusação) serão ouvidas. Como o julgamento envolve dois réus, os debates deverão
ter longa duração, e a previsão é
que a sessão termine somente na
madrugada de amanhã.
Os advogados de defesa vão
apresentar a tese de que a morte
do aposentado não foi provocada
por "racha". "Não houve "racha".
Houve um acidente, como tantos
outros, que acabou vitimando alguém", disse Marlon Wander
Machado, advogado de Edinho.
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