UOL


São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sem integração, metrô não atinge carente

DA REPORTAGEM LOCAL

A construção de metrô, cuja tarifa costuma ser mais alta que a dos ônibus, pode ser uma armadilha elitista, que incentiva a exclusão social, caso não seja acompanhada de medidas que facilitem os acessos da população de baixa renda a esse modo de transporte. A opinião é do economista do Ipea Alexandre de Ávila Gomide.
"O metrô funciona bem para tirar os carros das ruas. Para ele transportar os usuários mais pobres, é preciso pensar nas integrações [que dão vantagens tarifárias nas baldeações com ônibus e trens]. Às vezes essas políticas são negligenciadas."
Esse é um dos problemas do transporte em São Paulo. A linha 5-lilás do Metrô (Capão Redondo-Largo Treze), inaugurada em outubro de 2002, está ociosa por falta de integração com os ônibus municipais.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e a prefeita Marta Suplicy (PT) se reuniram na semana retrasada para anunciar que os bilhetes dos ônibus poderão ser usados nas catracas do metrô a partir da implantação da bilhetagem eletrônica, mas ainda não há definição sobre possíveis vantagens tarifárias -exceto na linha 5-lilás, na qual as negociações estão mais avançadas.
O Metrô de São Paulo, em 1993, tinha 19% de seus usuários com renda de até quatro salários mínimos. Em 1997, esse índice caiu para 7%. Ele subiu novamente a partir de 1999, atingindo 20% em 2001, só após a integração gratuita com os trens.
Jurandir Fernandes, secretário dos Transportes Metropolitanos, critica a expansão das gratuidades -isenções e descontos a segmentos da sociedade- sem critérios de renda.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Danuza Leão: Dançar: o problema?
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.