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Aluno é assassinado dentro de escola
DA REPORTAGEM LOCAL
Diego Anthony da Silva, 14, recebeu um telefonema e saiu de casa perto das 10h de ontem. Para a
família, ia jogar basquete, como
fazia na maioria das manhãs.
Pouco tempo depois, foi encontrado morto, com um tiro no peito, perto da quadra esportiva da
escola que frequentava, na periferia de São Paulo.
O menor C.V.F.S., 12, amigo de
Silva, também foi baleado no local. Internado no hospital municipal do Campo Limpo, zona sul,
seu quadro era "estável" ontem.
Segundo nota da Secretaria Municipal da Educação, não corria
risco de morte.
O assassinato ocorreu ao lado
de uma sala de aula. Na quadra,
estudantes jogavam. Colegas viram Silva jogando basquete pouco antes de seu corpo ser achado.
Segundo o diretor da escola, Ilmar Pedroso de Carvalho, no entanto, "ninguém viu nada" durante o assassinato. "Uma professora ouviu um barulho, só isso."
Aluno da 7ª série da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professor Clemente Pastore, no Jardim Ângela, zona sul,
Silva "era alguém que não tinha
inimigos", diz Carvalho. Estudante mediano, não tinha também registros de indisciplina ou de faltas
frequentes às aulas.
Calmo
"Ele era calmo", diz uma das tias
do estudante, Lúcia, que não quis
informar o sobrenome. Segundo
familiares, o que mais gostava de
fazer era jogar basquete.
O pai de Silva, taxista, também
teve morte violenta, disse Lúcia.
Foi assassinado durante um assalto há cerca de cinco anos. O menino vivia em um sobrado simples
com a mãe, auxiliar de enfermagem, duas irmãs, tios e avós.
"Um garoto da mesma idade recebeu telefonemas para encontrar
alguém perto da escola", afirma
um tio de Silva, Antônio Carlos
dos Santos.
C.V.F.S. não estudava na escola,
era aluno de uma unidade estadual. Com medo, sua família não
quis dar entrevistas.
A principal pista do caso é uma
arma encontrada pela Guarda Civil Metropolitana próxima do local da morte de Silva, entregue ao
DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que
assumiu o caso. O órgão informou que não se pronunciaria.
Segundo o delegado plantonista
do 100º DP (Jardim Herculano),
Luiz Fernando Laurino, que atendeu inicialmente o caso, a hipótese é de que apenas um tiro tenha
atravessado Silva e atingido
C.V.F.S.. "Ouviram um disparo".
O secretário municipal de Segurança Urbana, Benedito Mariano,
que esteve no local, disse que pessoas da comunidade identificaram um suspeito, informação não
confirmada pela Polícia Civil.
Um muro de cerca de 1,5 m,
com partes quebradas, separa a
escola da rua. Segundo o professor de matemática Firmino Pereira, o acesso à quadra é liberado à
toda comunidade.
(FABIANE LEITE)
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