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São Paulo, quarta-feira, 05 de novembro de 2003

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Aluno é assassinado dentro de escola

DA REPORTAGEM LOCAL

Diego Anthony da Silva, 14, recebeu um telefonema e saiu de casa perto das 10h de ontem. Para a família, ia jogar basquete, como fazia na maioria das manhãs. Pouco tempo depois, foi encontrado morto, com um tiro no peito, perto da quadra esportiva da escola que frequentava, na periferia de São Paulo.
O menor C.V.F.S., 12, amigo de Silva, também foi baleado no local. Internado no hospital municipal do Campo Limpo, zona sul, seu quadro era "estável" ontem. Segundo nota da Secretaria Municipal da Educação, não corria risco de morte.
O assassinato ocorreu ao lado de uma sala de aula. Na quadra, estudantes jogavam. Colegas viram Silva jogando basquete pouco antes de seu corpo ser achado. Segundo o diretor da escola, Ilmar Pedroso de Carvalho, no entanto, "ninguém viu nada" durante o assassinato. "Uma professora ouviu um barulho, só isso."
Aluno da 7ª série da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professor Clemente Pastore, no Jardim Ângela, zona sul, Silva "era alguém que não tinha inimigos", diz Carvalho. Estudante mediano, não tinha também registros de indisciplina ou de faltas frequentes às aulas.

Calmo
"Ele era calmo", diz uma das tias do estudante, Lúcia, que não quis informar o sobrenome. Segundo familiares, o que mais gostava de fazer era jogar basquete.
O pai de Silva, taxista, também teve morte violenta, disse Lúcia. Foi assassinado durante um assalto há cerca de cinco anos. O menino vivia em um sobrado simples com a mãe, auxiliar de enfermagem, duas irmãs, tios e avós.
"Um garoto da mesma idade recebeu telefonemas para encontrar alguém perto da escola", afirma um tio de Silva, Antônio Carlos dos Santos.
C.V.F.S. não estudava na escola, era aluno de uma unidade estadual. Com medo, sua família não quis dar entrevistas.
A principal pista do caso é uma arma encontrada pela Guarda Civil Metropolitana próxima do local da morte de Silva, entregue ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que assumiu o caso. O órgão informou que não se pronunciaria.
Segundo o delegado plantonista do 100º DP (Jardim Herculano), Luiz Fernando Laurino, que atendeu inicialmente o caso, a hipótese é de que apenas um tiro tenha atravessado Silva e atingido C.V.F.S.. "Ouviram um disparo".
O secretário municipal de Segurança Urbana, Benedito Mariano, que esteve no local, disse que pessoas da comunidade identificaram um suspeito, informação não confirmada pela Polícia Civil.
Um muro de cerca de 1,5 m, com partes quebradas, separa a escola da rua. Segundo o professor de matemática Firmino Pereira, o acesso à quadra é liberado à toda comunidade.
(FABIANE LEITE)


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