São Paulo, segunda-feira, 05 de novembro de 2007

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Avião seguia padrões de operação, diz empresa

RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A empresa Reali Táxi Aéreo, dona do avião que caiu ontem na zona norte de São Paulo, disse em nota que a aeronave estava "dentro de padrões normais de operação", e que "todos os procedimentos relativos ao apoio aos envolvidos estão sendo tomados."
O site da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) mostra que o jato Learjet-35A (prefixo PT-OVC), fabricado em 1981, estava com o certificado de inspeção anual de manutenção (IAM) vencido desde o dia 20 de outubro.
No entanto, a assessoria de imprensa da agência diz que o site está desatualizado e que a empresa entrou com o processo de regularização da vistoria no dia 24.
Segundo a assessoria da Reali, "a aeronave executou a inspeção anual de manutenção, por oficina credenciada pelos órgãos competentes."
A Anac confirma. Diz que a aeronave estava liberada para vôo, já que havia passado por vistoria em uma oficina homologada pela agência.
O registro aeronáutico do avião mostra que o PT-OVC estava autorizado a prestar serviços de transporte público não-regulares (táxi aéreo), com até 8,3 toneladas de peso.
A Reali Táxi Aéreo diz ser especializada em transporte aeromédico. Segundo o site da companhia, a locomoção de pacientes é feita em um avião Citation 1 -modelo diferente do que caiu ontem.
Na página onde são apresentados os aviões da frota da empresa, não há nenhuma citação sobre o Learjet.
A Reali pertence ao mesmo grupo da Global Táxi Aéreo, fundada em 1994 pelos comandantes Ricardo Breim Gobbetti e Sergio Steinberg.
Gobbetti também responde pela Reali, segundo uma funcionária da empresa com quem a reportagem conversou à tarde. A companhia fica na região de Congonhas -ao lado da Global- e tem, inclusive, um hangar no aeroporto.

Histórico
O modelo de avião que caiu na zona norte de São Paulo deixou de ser fabricado na década de 90 pela canadense Bombardier. Com capacidade para oito passageiros, além dos tripulantes, o equipamento já teve outro incidente no Brasil.
Em 1991, um Learjet da Líder saiu do aeroporto de Congonhas com destino a Uberlândia (MG). Segundo o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), o mau tempo e um erro da tripulação forçaram um pouso de emergência. Quatro pessoas ficaram feridas.
Em novembro de 2006, um Learjet-35A caiu na Tailândia e matou os três ocupantes. Segundo a Flight Safety Foundation, organismo internacional especializado em segurança de vôo, o piloto não conseguiu controlar o equipamento após a decolagem. O avião bateu no solo e explodiu.


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