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Avião seguia padrões de operação, diz empresa
RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A empresa Reali Táxi Aéreo,
dona do avião que caiu ontem
na zona norte de São Paulo, disse em nota que a aeronave estava "dentro de padrões normais
de operação", e que "todos os
procedimentos relativos ao
apoio aos envolvidos estão sendo tomados."
O site da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) mostra
que o jato Learjet-35A (prefixo
PT-OVC), fabricado em 1981,
estava com o certificado de inspeção anual de manutenção
(IAM) vencido desde o dia 20
de outubro.
No entanto, a assessoria de
imprensa da agência diz que o
site está desatualizado e que a
empresa entrou com o processo de regularização da vistoria
no dia 24.
Segundo a assessoria da Reali, "a aeronave executou a inspeção anual de manutenção,
por oficina credenciada pelos
órgãos competentes."
A Anac confirma. Diz que a
aeronave estava liberada para
vôo, já que havia passado por
vistoria em uma oficina homologada pela agência.
O registro aeronáutico do
avião mostra que o PT-OVC estava autorizado a prestar serviços de transporte público não-regulares (táxi aéreo), com até
8,3 toneladas de peso.
A Reali Táxi Aéreo diz ser especializada em transporte aeromédico. Segundo o site da
companhia, a locomoção de pacientes é feita em um avião Citation 1 -modelo diferente do
que caiu ontem.
Na página onde são apresentados os aviões da frota da empresa, não há nenhuma citação
sobre o Learjet.
A Reali pertence ao mesmo
grupo da Global Táxi Aéreo,
fundada em 1994 pelos comandantes Ricardo Breim Gobbetti
e Sergio Steinberg.
Gobbetti também responde
pela Reali, segundo uma funcionária da empresa com quem
a reportagem conversou à tarde. A companhia fica na região
de Congonhas -ao lado da Global- e tem, inclusive, um hangar no aeroporto.
Histórico
O modelo de avião que caiu
na zona norte de São Paulo deixou de ser fabricado na década
de 90 pela canadense Bombardier. Com capacidade para oito
passageiros, além dos tripulantes, o equipamento já teve outro incidente no Brasil.
Em 1991, um Learjet da Líder
saiu do aeroporto de Congonhas com destino a Uberlândia
(MG). Segundo o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), o mau tempo e um erro da
tripulação forçaram um pouso
de emergência. Quatro pessoas
ficaram feridas.
Em novembro de 2006, um
Learjet-35A caiu na Tailândia e
matou os três ocupantes. Segundo a Flight Safety Foundation, organismo internacional
especializado em segurança de
vôo, o piloto não conseguiu
controlar o equipamento após
a decolagem. O avião bateu no
solo e explodiu.
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