São Paulo, quarta-feira, 05 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Fiquei como se fosse uma escrava", diz diarista presa por 10 horas a um pilar

COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Acorrentada por quase dez horas na delegacia de Palhoça, na Grande Florianópolis, ontem, Leni do Carmo de Almeida, 43, afirmou que se sentiu uma "escrava". "Só faltou eles me espancarem."
Diarista, ela foi detida na madrugada por suspeita de tráfico de drogas. Afirmou, entretanto, que dormia quando um menino entrou em sua casa fugindo da polícia e deixou lá a droga.
Essa não é a primeira vez que Almeida foi levada à delegacia.
Ela já havia sido chamada após assaltantes serem presos nos fundos de sua casa.
Revoltada com a situação, a diarista disse que ficou com marcas das correntes na perna e que passou a noite com frio e na chuva. (ML)

 

FOLHA - Como foi passar a noite acorrentada na delegacia?
LENI DO CARMO DE ALMEIDA -
Fiquei como se fosse uma escrava. Só faltou eles me espancarem. A gente não tem o direito de falar nada, só de ouvir. Estava frio e estava chovendo.

FOLHA - Durante quanto tempo ficou acorrentada ao pilar?
ALMEIDA -
Quando eles me prenderam eram 2h. Não sei que horas cheguei aqui à delegacia. Mas fiquei presa até perto do meio-dia.

FOLHA - Conseguiu dormir mesmo acorrentada?
ALMEIDA -
Não. Fiquei sentada no chão o tempo todo. O colchão estava muito sujo e fedendo muito.

FOLHA - A corrente foi amarrada à canela?
ALMEIDA -
Sim, aqui [mostrando as marcas e os machucados]. Pedi que eles afrouxassem um pouco, porque estava doendo muito, mas depois disso eles apertaram ainda mais.


Texto Anterior: Superlotação: Promotoria tinha pedido interdição
Próximo Texto: Comissária da ONU propõe uso de câmeras para evitar tortura
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.