São Paulo, quarta-feira, 05 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Comissária da ONU propõe uso de câmeras para evitar tortura

Ela sugeriu o rastreamento de sentenciados punidos por crimes menos graves

DA REPORTAGEM LOCAL

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Louise Arbour, recomendou ontem que o governo de São Paulo use câmeras de monitoramento nos estabelecimentos policiais e prisionais do Estado para evitar abusos de autoridade e torturas.
Sua recomendação para o uso das câmeras no combate às arbitrariedades contra os direitos humanos por membros dos órgãos oficiais foi feita para Luiz Antonio Marrey, secretário de Justiça do governo de José Serra (PSDB).
A visita de Louise a São Paulo tem como principal objetivo fazer uma análise de como o Estado lida com as questões dos direitos humanos, prisionais e a violência cometida por membros das forças de segurança.
Para Marrey, da reunião ontem com Louise ficou a conclusão de que "é preciso respeitar os direitos humanos, mas que isso não significa favorecer bandidos e que direitos humanos têm muitas dimensões".
Principalmente por Marrey assumir que a maior parte dos 144 presídios paulistas estão superlotados atualmente, a comissária, segundo seus assessores, "ficou com a impressão de que existe vontade de solucionar a questão".
Contra a atual política de encarceramento no país, Louise e Marrey também conversaram sobre a utilização de monitoramento eletrônico de sentenciados que cumprem pena por crimes de menor gravidade.
Hoje, de acordo com membros da comitiva, Louise conversará com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), para reparar uma situação embaraçosa surgida mês passado.
Durante a visita de Philip Alston, relator especial da ONU sobre Execuções Arbitrárias, Sumárias ou Extrajudiciais, ao Rio, Cabral não o recebeu, e isso foi encarado nas Nações Unidas como um "desrespeito". À época, a assessoria do governador disse que o relator não fez pedido de audiência.
(ANDRÉ CARAMANTE)


Texto Anterior: "Fiquei como se fosse uma escrava", diz diarista presa por 10 horas a um pilar
Próximo Texto: Grupo faz reféns por 15 h em McDonald's
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.