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Governo anuncia "milhagem" para compensar atrasos
Plano para o Natal prevê que companhias aéreas repassem aos passageiros até 50% do valor do bilhete no trecho
Em março, idéia é desafogar aeroportos de SP aumentando tarifas pagas por empresas; para governo, despesas não serão repassadas aos clientes
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal pretende
editar uma medida provisória
antes do Natal que obriga as
empresas aéreas a ressarcir os
passageiros com créditos de
viagem em caso de atrasos superiores a 30 minutos que não
sejam causados por fatores externos, como congestionamentos ou meteorologia. As "milhas
do atraso" seriam repassadas
automaticamente e podem variar de 5% a 50% do valor do bilhete do trecho.
Além disso, o Ministério da
Defesa anunciou que, em março, após a alta temporada, entrará em vigor um plano para
desafogar os aeroportos de São
Paulo por meio de aumentos de
até 16.000% em tarifas pagas
pelas empresas. A idéia é punir
atrasos em Congonhas, encarecer o estacionamento dos
aviões em Guarulhos e deslocar
vôos internacionais para o Galeão, no Rio.
O governo avalia que o aumento dessas despesas não será repassado ao passageiro. Segundo o ministro Nelson Jobim, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva aprovou as iniciativas, apresentadas a ele na manhã de ontem. "A tendência é
editar uma medida provisória",
disse Jobim, sobre a compensação por atrasos.
A Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) será responsável
pela fiscalização do repasse dos
créditos. Primeiro, o passageiro
receberá informação do piloto,
antes do desembarque, de
quanto foi o atraso nominal do
vôo. Depois, é descontado o
tempo de atraso devido a fatores externos, como clima ou
congestionamento aéreo -esse
fator será publicado em boletim mensal da Anac.
O "atraso líquido" acima da
tolerância de 30 minutos renderá um ressarcimento em
"créditos", que podem ser acumulados e trocados por bilhetes ou comprados e negociados.
Com isso, Jobim espera pôr
um fim ao "círculo de acusações" sobre a culpa do atraso e
garantir que o passageiro tenha
informações precisas sobre o
que aconteceu. A Defesa estuda
ainda garantir a penalização da
Infraero, em caso de atrasos
causados por falhas na infra-estrutura de aeroportos. A FAB,
por hora, não entra no sistema
porque é órgão público.
Tarifas
Com a continuada indefinição sobre a terceira pista de
Guarulhos e um novo aeroporto em São Paulo, o gargalo aéreo na região será solucionado
por meio de um sistema de tarifas diferenciadas.
A proposta entra em consulta pública por 30 dias a partir
de sexta, mas o governo pretende implementar o aumento das
taxas em março, quando começa a baixa temporada.
Em Congonhas, a tarifa de
pouso terá aumentos escalonados de 1.000% a 16.000% a partir da demora de mais de 45 minutos no pátio. Em janeiro e fevereiro deste ano, metade dos
vôos demoraram mais que isso.
Em Guarulhos, o governo
quer remover as aeronaves de
vôos internacionais que ficam
estacionadas no local, já que
chegam pela manhã e saem
apenas à noite. Por isso, estadias de mais de três horas terão
aumento de 5.200% da taxa.
O objetivo é fazer com que
seja mais caro ficar ali do que
transferir o avião para outros
locais -o Galeão, hoje ocioso,
deve receber estímulos para
atrair essas aeronaves.
O governo apresenta hoje os
projetos para as empresas aéreas. Procuradas, TAM, Gol e
Varig não quiseram comentar
as medidas. O Snea (Sindicato
Nacional das Empresas Aéreas)
informou que ainda não tinha
conhecimento do pacote e que
não faria comentários.
Colaborou a Reportagem Local
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