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Secretário de SP admite 'erro de foco'
da Reportagem Local
O secretário dos Recursos Hídricos, Saneamento e Obras de
São Paulo, Mendes Thame, admitiu ontem que o governo de São
Paulo cometeu um "erro de foco"
no combate às enchentes neste
início de ano.
Segundo ele, o governo priorizou obras na Grande São Paulo e
no Vale do Ribeira, regiões que
tradicionalmente apresentam
mais problemas com as chuvas. O
Vale do Paraíba, região do Estado
mais afetada neste ano, não recebeu nenhuma atenção especial,
pois não costuma ser um local
muito problemático.
"Quando a chuva em uma região foge da expectativa e nos pega de surpresa, não há o que fazer,
apenas cuidar das vítimas", afirmou o secretário após reunião do
Plano Emergencial de Controle
de Inundações.
O programa priorizou ações na
capital e em outras 18 cidades da
região metropolitana, além do
Vale do Ribeira. Nas demais regiões de São Paulo, a responsabilidade pelos programas de prevenção às enchentes era dos municípios, que deveriam pedir individualmente apoio ao governo.
Para Mendes Thame, as obras
feitas pelo governo já provaram
sua eficiência. Pontos tradicionais
de inundação, como os centros de
Diadema e São Bernardo do
Campo, o Jardim Cabuçu (divisa
de São Paulo com Guarulhos) e o
Jardim Rochdale, em Osasco, passaram incólumes pelas primeiras
chuvas do ano. "Nesses locais, o
governo Covas substituiu a esperança subjetiva pelo otimismo baseado em uma convicção concreta de que as obras estão resolvendo o problema", declarou Thame.
O governador Mário Covas não
avalizou as palavras de seu secretário. Para o governador, as enchentes no Vale do Paraíba são difíceis de ser prevenidas, pois o rio
Paraíba corre entre serras. "Lá se
planta arroz, que é uma cultura de
áreas alagadas."
Covas destacou que o problemas das chuvas atinge o mundo
inteiro. "Na França, na Alemanha
e na Itália aconteceram cheias
neste ano e lá ninguém pergunta
ao primeiro-ministro o que aconteceu", afirmou Covas.
O governador anunciou que deve liberar verbas para os municípios atingidos. Mas, antes, precisar aguardar a água baixar.
(OC)
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