São Paulo, Quinta-feira, 06 de Janeiro de 2000


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Secretário de SP admite 'erro de foco'

da Reportagem Local

O secretário dos Recursos Hídricos, Saneamento e Obras de São Paulo, Mendes Thame, admitiu ontem que o governo de São Paulo cometeu um "erro de foco" no combate às enchentes neste início de ano.
Segundo ele, o governo priorizou obras na Grande São Paulo e no Vale do Ribeira, regiões que tradicionalmente apresentam mais problemas com as chuvas. O Vale do Paraíba, região do Estado mais afetada neste ano, não recebeu nenhuma atenção especial, pois não costuma ser um local muito problemático.
"Quando a chuva em uma região foge da expectativa e nos pega de surpresa, não há o que fazer, apenas cuidar das vítimas", afirmou o secretário após reunião do Plano Emergencial de Controle de Inundações.
O programa priorizou ações na capital e em outras 18 cidades da região metropolitana, além do Vale do Ribeira. Nas demais regiões de São Paulo, a responsabilidade pelos programas de prevenção às enchentes era dos municípios, que deveriam pedir individualmente apoio ao governo.
Para Mendes Thame, as obras feitas pelo governo já provaram sua eficiência. Pontos tradicionais de inundação, como os centros de Diadema e São Bernardo do Campo, o Jardim Cabuçu (divisa de São Paulo com Guarulhos) e o Jardim Rochdale, em Osasco, passaram incólumes pelas primeiras chuvas do ano. "Nesses locais, o governo Covas substituiu a esperança subjetiva pelo otimismo baseado em uma convicção concreta de que as obras estão resolvendo o problema", declarou Thame.
O governador Mário Covas não avalizou as palavras de seu secretário. Para o governador, as enchentes no Vale do Paraíba são difíceis de ser prevenidas, pois o rio Paraíba corre entre serras. "Lá se planta arroz, que é uma cultura de áreas alagadas."
Covas destacou que o problemas das chuvas atinge o mundo inteiro. "Na França, na Alemanha e na Itália aconteceram cheias neste ano e lá ninguém pergunta ao primeiro-ministro o que aconteceu", afirmou Covas.
O governador anunciou que deve liberar verbas para os municípios atingidos. Mas, antes, precisar aguardar a água baixar. (OC)


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