OTÁVIO CABRAL
da Reportagem Local

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), afirmou ontem ter "sérias dúvidas" se o dinheiro liberado anteontem pelo presidente Fernando Henrique Cardoso irá chegar aos municípios paulistas atingidos pela enchente.
Segundo o governador, no ano passado FHC disse que mandaria R$ 1 milhão aos municípios do Vale do Ribeira que sofreram os efeitos da enchente, mas o dinheiro não chegou. Outros R$ 2,7 milhões prometidos pelo governo federal para o combate às enchentes tampouco foram entregues, ainda segundo Covas.
"Não duvido que ele mande entregar, mas tenho sérias dúvidas de que esse dinheiro irá chegar aos municípios."
Covas evitou criticar diretamente FHC, atribuindo a falta do dinheiro a assessores. "Não acho que o presidente tenha voltado atrás. Só acho que ele mandou um representante entregar o dinheiro e o representante achou que ainda não era hora", declarou o governador durante visita às obras de aprofundamento da calha do rio Tietê, em Osasco (Grande SP).
A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto declarou que Fernando Henrique não iria comentar as declarações do governador paulista. Mas garantiu que as verbas serão entregues.
Anteontem, durante visita aos municípios do Vale do Paraíba atingidos pela chuva, FHC anunciou a liberação de R$ 5 milhões para socorrer os Estados atingidos -São Paulo, Rio e Minas.
A visita de Covas a Osasco foi motivada pelas declarações do prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PTN), que afirmou que as enchentes do início do ano foram causadas pelo atraso nas obras do Tietê. Após reunir-se com os responsáveis pela obra, Covas negou que haja atrasos.
"Nada está parado, dois terços da obra já foram concluídas. Não entendo por que o prefeito fez essas declarações", declarou Covas, que considera Pitta mal-informado "há muito tempo".


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