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SANTA RITA DO SAPUCAÍ
Morador só sai de prédio para buscar comida
Enchente desaloja prefeito, juiz e PMs
da enviada especial
Nem o prefeito, nem juiz, nem
policiais que fazem os resgates
escaparam das enchentes em
Santa Rita do Sapucaí. Eles estão
entre os 31 mil desabrigados ou
desalojados do município, segundo dados da PM. Para a defesa Civil de MG, são 30 mil.
"Estou trabalhando nos resgates e não sei como está a minha
casa. Retirei algumas coisas, e,
como está tudo inundado, não
voltei para lá", disse o prefeito
Jefferson Mendes (PFL), que
mora no bairro Maristela, um
dos mais prejudicados.
O prefeito afirmou ainda que a
casa de sua sogra e as de outros
dois parentes também precisaram ser abandonadas por causa
da enchente. "Nasci nesta cidade
e dói ver esta calamidade", disse.
A chácara de um dos juízes do
município, que fica no mesmo
bairro da casa do prefeito, também foi inundada.
Pelo menos 11 policiais do 20º
Batalhão da PM, que trabalham
no resgate, tiveram de deixar
suas casas com suas famílias.
O motorista Luiz Carlos dos
Santos, que também mora no
bairro Maristela, disse que saiu
de sua casa na segunda. "Estou
tentando arranjar barcos para
salvar as pessoas. O resto a gente
conserta depois", disse.
A PM não tem dados de quantas pessoas foram transferidas
para escolas, igrejas ou ginásios
situados em pontos altos da cidade. Algumas famílias, mesmo
em meio à enchente, se negam a
deixar suas casas.
O engenheiro e administrador
Claudio Scaglione, 41, que está
com 15 parentes em um prédio
de quatro andares, se negou a
sair do apartamento. "Apenas o
primeiro andar está cheio de
água. Estamos com sete reservatórios de água e vamos continuar
até que a enchente acabe", disse.
Para sair de casa, Scaglione
precisou enfrentar a correnteza
em frente ao prédio, segurando
uma corda. "É a sobrevivência.
Saí apenas para buscar comida."
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