São Paulo, Quinta-feira, 06 de Janeiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RESSACA
Centenas de penetras arrombaram a festa dos socialites; esgoto do prédio transbordou
Chopin fica devastado depois do réveillon

FERNANDA PONTES
free-lance para a Folha

O réveillon do edifício Chopin em Copacabana, um dos mais badalados do Rio de Janeiro, não será o mesmo no ano que vem. O tumulto causado pelos penetras que tentaram invadir as festas acabou desanimando alguns dos moradores do prédio.
A socialite Narcisa Tamborindeguy, que fez um réveillon para 150 pessoas em parceria com a jornalista Glória Maria, disse que sua festa parecia uma "invasão de bárbaros".
Segundo ela, mais de cem pessoas que não foram convidadas entraram na sua casa."Destruíram meu banheiro, entupiram as privadas com toalhas e ainda quebraram os pés das mesas."
O edifício Chopin, que fica ao lado do hotel Copacabana Palace, tem 64 apartamentos e 23 deles são de frente para o mar. Estes chegam a valer R$1,5 milhão. Acredita-se que pelo menos 3.000 pessoas circularam no prédio na noite do dia 31.
A confusão no réveillon começou com a entrada dos convidados. Havia pelo menos quatro grandes festas nos prédio: a de Narcisa, a de Regina Gama (ex-Marcondes Ferraz), a de Madeleine Saad (ex-Humberto Saad) e a do empresário André Ramos. Para entrar no edifício, era preciso mostrar uma pulseira a um dos 12 seguranças e ter o nome checado nas listas de convidados. O problema, segundo Narcisa, é que as pessoas nem sempre iam para as festas que tinham sido convidadas. "Tinha festa em todos os andares."
Uma convidada, que preferiu não se identificar, disse que não teve coragem de entrar no edifício. "Era tanta gente que eu fiquei com medo", afirmou. Segundo ela, a cobertura do prédio, vista da Praia de Copacabana, parecia o deque do Titanic. "Estava vendo a hora em que o edifício ia desabar".
Fora o problema da superlotação, um vazamento nas tubulações de esgoto acabou inundando parte da garagem do prédio. O lixo dos apartamentos foi depositado nas escadas do edifício, dificultando a passagem das pessoas. Só o lixo do apartamento da Narcisa tinha mais de cem garrafas de champanhe e pelo menos 40 da bebida energética Flying Horse, cuja venda foi proibida em novembro passado.
Houve falta de luz e fila para entrar nos elevadores, que permaneceram lotados durante quase toda a noite. Regina Gama, que fez uma festa familiar para 70 convidados, disse que vai passar o réveillon de 2001 fora do Rio. "Não quero mais ter aborrecimentos", afirmou.


Texto Anterior: Casos de dengue crescem 141% no MS
Próximo Texto: Violência: Polícia fecha fábrica clandestina de arma
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.