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RESSACA
Centenas de penetras arrombaram a festa dos socialites; esgoto do prédio transbordou
Chopin fica devastado depois do réveillon
FERNANDA PONTES
free-lance para a Folha
O réveillon do edifício Chopin
em Copacabana, um dos mais
badalados do Rio de Janeiro, não
será o mesmo no ano que vem.
O tumulto causado pelos penetras que tentaram invadir as festas acabou desanimando alguns
dos moradores do prédio.
A socialite Narcisa Tamborindeguy, que fez um réveillon para
150 pessoas em parceria com a
jornalista Glória Maria, disse
que sua festa parecia uma "invasão de bárbaros".
Segundo ela, mais de cem pessoas que não foram convidadas
entraram na sua casa."Destruíram meu banheiro, entupiram
as privadas com toalhas e ainda
quebraram os pés das mesas."
O edifício Chopin, que fica ao
lado do hotel Copacabana Palace, tem 64 apartamentos e 23 deles são de frente para o mar. Estes chegam a valer R$1,5 milhão.
Acredita-se que pelo menos
3.000 pessoas circularam no prédio na noite do dia 31.
A confusão no réveillon começou com a entrada dos convidados. Havia pelo menos quatro
grandes festas nos prédio: a de
Narcisa, a de Regina Gama (ex-Marcondes Ferraz), a de Madeleine Saad (ex-Humberto Saad)
e a do empresário André Ramos.
Para entrar no edifício, era preciso mostrar uma pulseira a um
dos 12 seguranças e ter o nome
checado nas listas de convidados. O problema, segundo Narcisa, é que as pessoas nem sempre iam para as festas que tinham sido convidadas. "Tinha
festa em todos os andares."
Uma convidada, que preferiu
não se identificar, disse que não
teve coragem de entrar no edifício. "Era tanta gente que eu fiquei com medo", afirmou. Segundo ela, a cobertura do prédio, vista da Praia de Copacabana, parecia o deque do Titanic.
"Estava vendo a hora em que o
edifício ia desabar".
Fora o problema da superlotação, um vazamento nas tubulações de esgoto acabou inundando parte da garagem do prédio.
O lixo dos apartamentos foi depositado nas escadas do edifício,
dificultando a passagem das
pessoas. Só o lixo do apartamento da Narcisa tinha mais de cem
garrafas de champanhe e pelo
menos 40 da bebida energética
Flying Horse, cuja venda foi
proibida em novembro passado.
Houve falta de luz e fila para
entrar nos elevadores, que permaneceram lotados durante
quase toda a noite. Regina Gama, que fez uma festa familiar
para 70 convidados, disse que
vai passar o réveillon de 2001 fora do Rio. "Não quero mais ter
aborrecimentos", afirmou.
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