DA AGÊNCIA FOLHA, EM DOUTOR CAMARGO (PR)

Os Hluchov até hoje carregam traumas do período em que viveram no campo de trabalhos forçados em Papenburg (Alemanha). Valentin, 66, o mais novo, faz tratamento psicológico e usa medicamentos para o sistema nervoso. "Meus pais se espantavam que eu, o mais novo, tivesse tantas memórias do campo e poucas sobre familiares e a vida em família após a passagem pelo campo de concentração. Até hoje perco o controle quando ouço o barulho de um avião", diz ele, que entrou no campo aos três anos e saiu com quase cinco.
O medo de avião vem dos ataques aéreos dos aliados contra as fábricas e alojamentos nazistas em Papenburg. "Eu era mais velha [11 anos] e cuidava de umas 15 crianças que ficavam no nosso alojamento. A gente tinha que colocar todos embaixo das camas e cobrir com cobertores e travesseiros durante os ataques", diz Lubov.
Segundo ela, os aliados jogavam panfletos em polonês com orientações para evitar atingir prisioneiros. Ela passava o dia chorando embaixo da cama. "À noite, meus pais chegavam e me tiravam."


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