Segundo andar da casa desabou; a parte térrea também corre risco de desmoronar

Casa, em São Gonçalo, era depósito clandestino de fogos de artifício; identidade das pessoas que morreram não foi revelada

JOÃO PEQUENO
DA SUCURSAL DO RIO

Ao menos duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas, entre elas uma estudante de 15 anos, depois da explosão de um depósito clandestino de fogos de artifício, na tarde de ontem, no município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio, a 25 km de distância da capital fluminense.
A fábrica funcionava em uma residência, no bairro do Gradim, que abrigava também um depósito de fogos no segundo pavimento. O local fica na rua Capitão João Manoel.
Com a explosão, o segundo andar da casa, onde supostamente os fogos estavam guardados, desabou, e, de acordo com informações do Corpo de Bombeiros, a parte térrea da construção também corre o risco de desmoronar.
Bombeiros de sete quartéis da região estiveram no local para para combater o fogo e resgatar vítimas entre os escombros.
Um dos corpos foi encontrado na calçada; o outro corpo foi resgatado dos destroços. Os dois mortos ainda não foram identificados, mas, segundo moradores, seriam dois funcionários da fábrica, um deles menor de 16 anos.

Feridos
Entre os feridos está a estudante Gabriela Moreira, 15. Ela mora na casa localizada ao lado da fábrica clandestina, e estava deitada em sua cama quando a parede de seu quarto explodiu.
A adolescente e mais um ferido que não teve a identidade revelada foram levados para o pronto-socorro Central de São Gonçalo, localizado no bairro Zé Garoto.
De acordo com testemunhas, a fábrica ilegal de fogos de artifício pertencia a um policial militar do 12ºBPM (Niterói), que teria fugido do local logo após o início do incêndio.
Ainda durante a explosão, um carro foi destruído, e 12 casas que ficam próximas ao local sofreram avarias e podem ser interditadas pela Defesa Civil de São Gonçalo.
De acordo com os bombeiros, podem ocorrer novas explosões na área, em razão de um depósito de gás instalado na rua onde houve o acidente. Ainda há a possibilidade de mais pessoas terem ficado soterradas, mas essa hipótese estava sendo verificada até o fechamento desta edição.
Após o acidente, parentes de funcionários da fábrica clandestina estiveram no local, buscando notícias sobre as vítimas.

Acidente
Em janeiro do ano passado, outro acidente com fogos de artifício deixou vítimas, desta vez em São Paulo. O mecânico Alex Sandro de Souza, 31, havia comprado dez caixas de rojões para comemorar a entrada de 2007, mas um acidente com os fogos destruiu sua casa e matou seus dois filhos, uma menina de 5 e um garoto de 4, na véspera do Réveillon. Outras 13 pessoas ficaram feridas, na casa do mecânico e também em casas vizinhas. Souza havia estocado os fogos de artifício no quarto da sua casa, no Grajaú (zona sul de São Paulo).


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