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Família fez de
sua casa uma
"Cruz Vermelha"
DO ENVIADO ESPECIAL A SÃO LUIZ
DO PARAITINGA
Desde a manhã de segunda-feira, o total de pessoas e de recursos disponibilizados para ajudar as vítimas das enchentes de
São Luiz do Paraitinga
chama a atenção.
São tantos os voluntários que alguns chegam a
ser recusados. Há água potável com fartura. Comida
chega em caminhões.
Nos dois primeiros dias
de enchente, os mais críticos, a situação era muito
diferente. Boa parte da população, em especial os
cerca dos 5.000 que ficaram ilhados no Alto do
Cruzeiro, teve de contar
com o apoio da própria comunidade.
A família Rocha, por
exemplo, transformou sua
casa numa espécie de posto da Cruz Vermelha. De lá
saiu praticamente toda a
água que abasteceu a população nesse período.
Também foram distribuídas refeições prontas. O
leite das vacas foi doado.
Os veículos da família se
tornaram públicos.
O local é conhecido como a Casa do Bozó, em referência ao apelido do autônomo Benedito Paulo da
Rocha, 51. O apelido, explica, vem de um antigo jogador do Guarani e, também,
pela aparência com um
personagem de Chico Anísio. "Nós fizemos esse lugar para isso mesmo: ajudar as pessoas", afirmou
Bozó. "Nós temos uma mina que dá essa água branquinha."
A Folha esteve na casa
da família Rocha no domingo. Dezenas de pessoas chegavam e saíam como num campo de refugiados. Havia fila para o
leite e para a comida. Uma
dezena de vezes Bozó teve
de interromper a conversa
para atender os pedidos.
Além de Bozó, a legião dos
Rocha contou com parentes, entre eles oito irmãos
e sua mãe, dona Lica, 70.
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