MARCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro Carlos Lupi (Trabalho) e o presidente do DEM (Democratas), deputado federal Rodrigo Maia, lideraram a imensa lista de políticos, celebridades e anônimos que participaram do beija-mão ao contraventor Aniz Abraão Davi, o Anizio, patrono da Beija-Flor de Nilopolis, última escola a desfilar no sambódromo na madrugada de ontem.
O bicheiro não demonstrava o menor sinal de abatimento pelos meses que passou na cadeia no ano passado -ele saiu em dezembro último, tendo sido preso durante a operação Hurricane (Furacão, em inglês), da PF (Policia Federal), que investigou a ligação dos contraventores com a venda de sentenças.
"Estou muito bem. Tenho muita força. Se fizer hoje (segunda) tudo o que fiz ontem (ele circulou pelo sambódromo sem parar no domingo), já fico satisfeito", disse Anizio.
No início do desfile, jogou centenas de camisas da escola para o púbico que lotava a arquibancada do setor 1. Foi ovacionado aos gritos de: "Me dá uma, seu Anizio". Em seguida, comandou a festa na avenida.
Ao contrário do contraventor Luizinho Drumond, patrono da Imperatriz Leopoldinense, sempre com a fisionomia fechada, Anizio sorria, brigava pela harmonia, incentivava os componentes, pedia palmas para o público, dançava e atendia a todos.
Mas só procurava os anônimos. Cumprimentou com um beijo a atriz Luana Piovani, mas porque foi chamado. Também recebeu a mesma manifestação de carinho do Beijoqueiro, figura folclórica carioca. Até o ex-todo-poderoso da Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, desfilou ao seu lado usando a blusa da diretoria da agremiação.


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