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"Não gosto da ostentação da alta sociedade de hoje", diz Francisco Scarpa, 100
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
A alta sociedade paulistana tem compromisso hoje no
Jardim América. O industrial Francisco Scarpa receberá um seleto grupo de convidados em seu casarão para
um jantar de aniversário. Ele
completa cem anos.
Scarpa recebeu a Folha
anteontem. Sentado numa
poltrona com a cachorrinha
da família no colo, ele deu as
boas-vindas entregando seu
longo currículo num papel.
Dirigiu 30 empresas, de
bancos a cervejarias, e se elegeu prefeito de Rio Claro
(SP) e deputado federal. O título mais conhecido, porém,
não estava na folha. É pai do
lendário conde-playboy Chiquinho Scarpa, 57.
Ele abre um sorriso quando ouve "playboy": "O estilo
do meu filho é outro. Sempre fui simples e tranquilo".
Em casa, é "seu Chico".
"As pessoas da alta sociedade eram simples e tranquilas na minha mocidade",
continua. "Atualmente
quem tem dinheiro gosta de
se exibir com helicóptero e
avião. Já tive aviões, mas
eram passatempo. Não gosto
dessa ostentação de hoje."
O industrial mora no casarão desde 1950, logo após casar-se com Patsy Scarpa.
"Minha vida sempre foi regrada. Nunca fumei. Mas
também devo os cem anos a
Patsy, que cuida maravilhosamente bem de mim."
Patsy, 83, chama o marido
de "Chiquilim". Além de
Chiquinho, têm duas filhas.
Outrora frequentadores
das colunas sociais, agora
vão com parcimônia a festas.
À noite, gostam de passear
de carro pelas ruas Oscar
Freire e Augusta e parar para um "drink". "Bebo pouco", diz Scarpa. "Só não resisto ao champanhe. Tomo
com prazer."
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