São Paulo, domingo, 06 de março de 2011

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Herdeiros da FOLIA

Nenê de Vila Matilde desfila, pela primeira vez em 47 anos, sem seu fundador, que morreu em 2010; herdeiro dá continuidade ao trabalho do pai, assim como na Rosas de Ouro e na Mocidade Alegre

Zanone Fraissat/Folhapress
Carro alegórico da Águia de Ouro, segunda a entrar na avenida na noite de ontem

DE SÃO PAULO

Do último carro da escola, seo Nenê acena para o público do Anhembi lotado, com seu inseparável chapéu. A habitual cena desta vez está só numa escultura -é a primeira vez que a escola de 62 anos desfila após a morte de seu fundador, em 2010.
A escola abriu o segundo dia de desfiles no Sambódromo do Anhembi contando a importância do sal na evolução da humanidade.
O desfile começou animado, com a arquibancada cantando o samba. Logo após a comissão de frente, mulheres exibiam um dos seios de fora. Mas a apresentação foi prejudicada por problemas para colocar os destaques do segundo carro -o que obrigou outras alas a ultrapassá-lo.
A história de Seu Nenê, que permaneceu por 47 anos na presidência, continua. Seu filho, Alberto Alves da Silva Filho, o Betinho, já foi presidente e hoje é vice.
"Só não fiquei como presidente porque ditadura está fora de moda", disse.

SEGUNDA GERAÇÃO
Além da Nenê de Vila Matilde, pelo menos outras duas escolas são comandadas pela segunda geração em São Paulo. É o caso da Rosas de Ouro e da Mocidade Alegre, que desfilaria ontem com o enredo Carrossel das Ilusões.
A Mocidade foi fundada por três irmãos, um deles pai da atual presidente, Solange Rezende. Ela assumiu em 2003 e tem uma gestão vitoriosa -a escola foi campeã em 2004, 2007 e 2009 e ficou em segundo em 2010.
"Eu mantenho a mesma cultura de comunidade que aprendi com eles, a diferença é que acho que a mulher é mais detalhista, o que faz toda a diferença hoje."
A Rosas de Ouro, campeã de 2010, começou com quatro amigos e desde 2003 está sob o comando de Angelina Basílio, filha de um dos fundadores, Eduardo Basílio.
A escola foi um dos destaques da primeira noite de desfile no Anhembi, que teve -em vez da conhecida figura do operário que virou presidente da República- um pianista e maestro.
Um emocionado João Carlos Martins, músico homenageado pela aplaudida Vai-Vai, se tornou a principal atração do sambódromo.
Na Tom Maior, não passou de expectativa a vinda do ex-presidente Lula, homenageado em ala, fantasia e no samba da escola, que falou de São Bernardo do Campo.

ÚLTIMA NOITE
A Águia de Ouro foi a segunda a se apresentar no Anhembi, falando da importância do gás. A escola usou muitos efeitos especiais, como abre-alas que soltava fogo, fazia barulho e tinha telão lateral. Um dos carros trazia mulheres de seios de fora, simulando um banho.
Hoje, ainda desfilariam a Unidos de Vila Maria, com um enredo sobre o Teatro Amazonas, e Renato Aragão era o homenageado da X-9 Paulistana, que seria seguida pela Gaviões da Fiel, com um enredo sobre Dubai.
Na manhã de hoje, o programado era que a Império de Casa Verde, contando a história da cerveja, encerrasse o segundo dia de desfiles no sambódromo paulistano.


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