São Paulo, domingo, 06 de março de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros FOCO Com os dedos e o coração, pedagoga "vê" desfile da Rosas TALITA BEDINELLI DE SÃO PAULO A pedagoga Ana Cláudia Domingues, 41, perdeu a visão há quatro anos, devido a uma doença degenerativa. Mas após a primeira noite de desfiles do Carnaval de São Paulo, na sexta, ela comemorava ter, finalmente, visto de perto uma escola cruzar o sambódromo. "Eu vi mesmo. Com os dedos e com o coração", explicava ela. A experiência foi possibilitada por um projeto da prefeitura em parceria com a Fundação Dorina Nowill e o Complexo Educacional FMU que aconteceu neste ano. Ao lado de outros 14 deficientes visuais, ela acompanhou o desfile da Rosas de Ouro de um camarote do Anhembi. A passagem da escola foi narrada e transmitida pelas caixas de som do local. Além da narração, o projeto ainda construiu, para que eles tateassem, uma maquete idêntica ao principal carro alegórico da escola: um dragão de 14 metros de altura ovacionado na avenida. E, conforme as alas passavam, os participantes do projeto recebiam nas mãos bonecas que trajavam fantasias iguais às usadas no desfile, com os mesmos tecidos e a mesma riqueza de detalhes. Outros 30 deficientes visuais também foram escolhidos para acompanhar, com os mesmos recursos, os desfiles da Mocidade Alegre, ontem, e da Camisa Verde e Branco, que acontece hoje, no grupo de acesso. Os participantes foram selecionados por sorteio pela Fundação Dorina Nowill. Acompanhar os desfiles foi o "grand finale" do projeto, que antes já havia levado o grupo para conhecer os barracões das escolas e conversar com os carnavalescos. Camilla Harumi, 31, também estreante no sambódromo, e o namorado Anderson Farias, 32, ambos deficientes visuais, aprovaram. "Foi uma ótima forma de nos incluir na festa", disse ele. Texto Anterior: Herdeiros da FOLIA Próximo Texto: Clássico do samba Índice | Comunicar Erros

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