São Paulo, sexta, 6 de março de 1998

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Parentes da vítima choram ao ouvir a decisão

da Sucursal de Brasília

Parentes do índio Galdino Jesus dos Santos presentes ao julgamento do recurso choraram com a decisão dos desembargadores.
"Essa justiça daqui não ajuda ninguém. Como é que um filho de juiz bota fogo no meu filho e não acontece nada? Queria eles (os acusados) presos. Se fosse eu, botava fogo neles do mesmo jeito, para saberem como seria bom", disse, enquanto chorava. Ela viajou cerca de 24 horas de ônibus para assistir ao julgamento.
Anaiá Pataxó, parente de Galdino, gritou chorando que não existe justiça no país. "Nós fomos os primeiros neste país, vamos fazer justiça com as próprias mãos."
Caso sejam julgados por lesão corporal seguida de morte, os rapazes não vão a júri. O julgamento é feito por um único juiz. Se forem condenados à pena máxima de lesão corporal seguida de morte (12 anos), o que é provável por serem primários, ficarão presos mais um ano e dois meses.
A promotora Maria José Pereira disse, em entrevista ao lado do advogado de defesa Heraldo Paupério, que está confiante de que o Superior Tribunal de Justiça vai acolher seu recurso.
"A decisão foi de uma injustiça terrível, até dói, mas estou confiante, vamos interpor recurso para o STJ revogar essa decisão."



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