ANDRÉ MUGGIATI
da Reportagem Local

Segundo o Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica, do governo estadual), o sistema de drenagem da cidade de São Paulo deveria suportar bem uma chuva como a de anteontem.
Para o diretor do Daee, o engenheiro Mário Tadeu Leme de Barros, o caos provocado pela chuva foi devido à não manutenção do sistema de drenagem, com a limpeza de ruas e bueiros.
Segundo os registros de Daee, anteontem chegou a chover 64 milímetros em uma hora, em algumas regiões da cidade. O maior índice foi registrado na Vila Mariana (zona sudoeste de SP).
De acordo com Leme de Barros, uma chuva com essa intensidade, nesse período de tempo, acontece na cidade, em média, a cada 15 anos.
Segundo ele, entretanto, o dimensionamento dos sistemas de drenagem e galerias prevêem que uma chuva desse tipo deveria causar apenas alagamentos por pequeno período de tempo.
Leme de Barros afirma que, na maior parte da cidade, os sistemas de drenagem foram feitos segundo normas internacionais de construção. "O sistema de drenagem superficial das ruas, composto pelos bueiros, é dimensionado para chuvas menos intensas que a de anteontem", diz o engenheiro, que é também professor da Escola Politécnica da USP.
Já o sistema de drenagem composto pelas galerias subterrâneas, suporta chuvas mais fortes, segundo o engenheiro.
"O que deveria ter acontecido seriam os alagamentos porque, em um primeiro momento, a drenagem superficial não seria feita. Como as galerias continuariam suportando bem a quantidade de água, o problema seria provisório; mas não foi o que se viu", afirmou.
Em média, na cidade, choveu cerca de 20, 7 milímetros entre as 13h e as 18h de anteontem, segundo o Daee.
De acordo com registros do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a chuva foi de 37 milímetros. O Inmet faz a medição no mirante de Santana (zona norte), uma das áreas da cidade menos atingidas anteontem.
O Inmet já registrou, em março, 67 milímetros de chuva. A média histórica desse mês é de 175 milímetros.



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