|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Túnel fica fechado 10 minutos por precaução
da Reportagem Local
Sem um diagnóstico que indique
as causas do alagamento, anteontem, do túnel sob o Vale do
Anhangabaú, a Prefeitura de São
Paulo colocou o local sob "atenção", ontem. À tarde, diante de
uma pequena chuva que atingiu o
centro, técnicos municipais fecharam o tráfego no sentido norte-sul
entre as 16h10 e 16h20 -período
de maior intensidade.
O diagnóstico pode demorar. Os
técnicos da prefeitura só poderão
examinar as galerias depois que a
água baixar dentro das tubulações. Na prefeitura, não há consenso nem mesmo nas especulações sobre as causas o problema.
O único ponto dado como certo
é que teriam funcionado todas as
oito bombas de sucção existentes
entre as paredes dos dois túneis
que cortam o vale -apesar de o
túnel alagado só ter esvaziado ontem, por volta de 11h.
Nas outras duas vezes que o túnel encheu, neste ano, a prefeitura
alegou mau funcionamento de
quatro das bombas.
Paulo Taliba, coordenador do
programa de túneis da Secretaria
das Vias Públicas, descartou essa
hipótese. "As bombas passaram
por check-up recentemente."
Para Taliba, houve uma obstrução das galerias que ligam o vale e
o rio Tamanduateí e isso causou
um refluxo para dentro do túnel.
"Só isso explica a imagem que eu
vi na televisão. Havia um chafariz,
em um bueiro, de 1,5 m de altura,
dentro do túnel."
O engenheiro tem três hipóteses
para essa obstrução: acúmulo de
sujeita ao longo da galeria, ruína
das paredes de uma galeria, que
são muito antigas, ou elevação das
águas do rio Tamanduateí, onde
desemboca a galeria.
"A sujeira é um dos maiores problemas no Anhangabaú", disse
Taliba. O engenheiro culpou a população pelo lixo. "É preciso fazer
algo para as pessoas pararem de
jogar lixo na rua, nos córregos."
As galerias também precisariam
de reformas, segundo o engenheiro. "A maioria das galerias dessa
região tem 60 anos. Pode ter havido um desmoronamento de uma
delas, e isso ter obstruído a passagem da água."
A terceira hipótese, de elevação
das águas do Tamanduateí, ocasiona, segundo Taliba, uma redução de até 50% na capacidade de
captação da galeria. O Daee informou que o nível do rio se elevou,
mas não houve transbordamento.
Segurança
José Luiz Vasconcelos, chefe do
departamento de projetos da
Emurb (Empresa Municipal de
Urbanização), engenheiro que
participou da reurbanização do
vale, tem raciocínio diferente.
Para ele, os túneis têm quatro
válvulas de retenção que evitam
que a água da galeria pluvial volte
para o túnel.
Segundo Vasconcelos, a água
que se acumulou no túnel foi simplesmente originada da chuva que
atingiu o centro da cidade e não
pôde escoar para outro local.
Blecaute
O alagamento do túnel Tribunal
de Justiça foi causado por um blecaute, simultâneo a um temporal,
segundo Taliba.
Isso fez com que a água da chuva
invadisse a sala de controle e a casa de máquinas. Ficaram acumulados oito milhões de litros de
água.
A enchente causou curto-circuito e impediu a manutenção dos
equipamentos. O bombeamento
só começou na madrugada de ontem, quando a prefeitura levou
para lá quatro bombas.
(RV)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|