São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2000


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OUTRO LADO

Funcionários negam ter cometido crime


da Sucursal de Brasília

Os dois principais acusados do desvio de dinheiro na UnB, funcionários da Secretaria de Recursos Humanos, negam ser responsáveis pela irregularidade e entraram em contradição em conversas com a reportagem da Folha.
João Batista da Silveira, coordenador Administrativo da SRH e há 14 anos exercendo cargo de confiança no setor, chega a acusar o colega Jeseniel Santos, coordenador de Sistema de Informações de Pessoal, pelo uso de sua senha no Siape e do número de sua conta corrente.
""Não sei explicar como a minha conta e a do meu filho foram envolvidas nesse esquema. Minha senha era usada por outras pessoas na SRH. Para saber a verdade, preciso falar com Jeseniel, mas ele sempre desliga o telefone. Vou ter de fazer plantão na casa dele", disse.
Silveira afirmou que vai apresentar à comissão de sindicância da UnB seu extrato bancário e do filho para provar que não receberam o dinheiro desviado.
"Ainda não tenho os extratos em mãos porque o banco pediu dez dias úteis para levantar a informação", justificou.
A conta de seu filho também aparece entre as que receberam recursos irregulares. O filho era prestador de serviços no departamento de matemática e já foi demitido.
O coordenador do Sistema de Informação de Pessoal da SRH, Jeseniel Santos, também diz que não tem culpa pelo desvio e atribui a responsabilidade ao banco e ao Centro de Processamento de Dados da UnB.
"Tudo não passou de um erro do CPD, que imprimiu listas erradas. O banco também se equivocou ao não checar se a conta batia com o nome do correntista", disse.
Santos afirmou que não tinha relação com nenhum dos acusados, que eram apenas seus ""conhecidos" de trabalho.
Entretanto ele e Silveira trabalhavam no mesmo departamento desde 1990. "Sempre trabalhei com Jeseniel e ele sempre trabalhou comigo", disse Silveira.
Em primeira conversa com a Folha, Silveira havia endossado a versão de Jeseniel e atribuiu a responsabilidade pela troca de contas correntes a testes feitos no sistema.
Depois, passou a acusar Santos. "Não posso ainda contar tudo o que sei porque não tenho provas, mas vou mostrar minha inocência", disse.


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