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SOB SUSPEITA
Estado não sabe como Alexandre Ferreira fugiu do departamento, que está sob investigação
Polícia acha preso que sumiu do Depatri
ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local
Acusado de liderar uma quadrilha de assaltantes em São Paulo,
Alexandre Pires Ferreira, 26, sumiu do interior da carceragem do
Depatri, em março, e reapareceu
anteontem, roubando um prédio
de classe alta na capital.
O Depatri (Departamento de
Investigações sobre Crimes Patrimoniais), onde fica a cadeia, está
sob investigação da Corregedoria
por causa das denúncias feitas pelo ex-informante Laércio Cunha à
CPI do Narcotráfico.
Cunha, que atuava como agente
duplo no crime -entregava bandidos e recebida comissão-, denunciou que policiais estariam
extorquindo dinheiro de criminosos para não prendê-los.
Nem a polícia sabe como e
quando Ferreira, entre 250 presos, conseguiu escapar da cadeia
sem ser visto. Segundo a direção
da carceragem, foi o único caso de
fuga no ano.
Ele havia sido preso em janeiro,
suspeito de comandar um grupo
de 20 homens que invadiu o parque temático Hopi Hari, em Vinhedo (85 km de SP), e levou cerca de R$ 500 mil. Armado com
metralhadoras, eles fizeram 60
funcionários como reféns.
No dia 1º de março, o diretor da
carceragem Valter Sérgio de
Abreu fez a contagem dos detentos, como vistoria surpresa, e percebeu a falta de Ferreira. ""De imediato, avisamos a Corregedoria."
Anteontem, ele foi preso pela
PM durante um assalto malsucedido no prédio do jornalista Paulo Henrique Amorim, da TV Cultura, que foi agredido e teve duas
costelas fraturadas.
Segundo o delegado-corregedor, Ruy Estanislau Silveira Mello, o assaltante foi ouvido ontem
e disse que fugiu durante a visita
do final de semana, vestido com
roupas de mulher. ""É muito cedo
para dizer o que aconteceu."
Ferreira fugiu duas vezes de cadeias do Estado em apenas oito
meses. Em junho do ano passado,
ele escapou da Penitenciária Nilton Silva, em Franco da Rocha
(Grande São Paulo), onde cumpria pena de oito anos por roubo.
Ele e seis detentos serraram as
grades de uma das celas, pularam
o alambrado do pátio externo e
escalaram uma muralha de nove
metros. Fizeram isso à tarde.
Na ficha criminal do assaltante,
constam duas ordens de prisão
não-cumpridas, a fuga do presídio, um caso de roubo a banco,
dois contra empresas de grande
porte da capital, o parque Hopi
Hari e mais um contra prédios.
O suspeito estava vivendo com
uma carteira de identidade falsa,
que usou para tentar enganar os
policiais no momento da prisão.
Contudo ele acabou reconhecido
por um delegado do Depatri, do
setor de crimes patrimoniais, e
confessou o verdadeiro nome à
Corregedoria.
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