São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2000


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SOB SUSPEITA

Estado não sabe como Alexandre Ferreira fugiu do departamento, que está sob investigação

Polícia acha preso que sumiu do Depatri

ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local

Acusado de liderar uma quadrilha de assaltantes em São Paulo, Alexandre Pires Ferreira, 26, sumiu do interior da carceragem do Depatri, em março, e reapareceu anteontem, roubando um prédio de classe alta na capital.
O Depatri (Departamento de Investigações sobre Crimes Patrimoniais), onde fica a cadeia, está sob investigação da Corregedoria por causa das denúncias feitas pelo ex-informante Laércio Cunha à CPI do Narcotráfico.
Cunha, que atuava como agente duplo no crime -entregava bandidos e recebida comissão-, denunciou que policiais estariam extorquindo dinheiro de criminosos para não prendê-los.
Nem a polícia sabe como e quando Ferreira, entre 250 presos, conseguiu escapar da cadeia sem ser visto. Segundo a direção da carceragem, foi o único caso de fuga no ano.
Ele havia sido preso em janeiro, suspeito de comandar um grupo de 20 homens que invadiu o parque temático Hopi Hari, em Vinhedo (85 km de SP), e levou cerca de R$ 500 mil. Armado com metralhadoras, eles fizeram 60 funcionários como reféns.
No dia 1º de março, o diretor da carceragem Valter Sérgio de Abreu fez a contagem dos detentos, como vistoria surpresa, e percebeu a falta de Ferreira. ""De imediato, avisamos a Corregedoria."
Anteontem, ele foi preso pela PM durante um assalto malsucedido no prédio do jornalista Paulo Henrique Amorim, da TV Cultura, que foi agredido e teve duas costelas fraturadas.
Segundo o delegado-corregedor, Ruy Estanislau Silveira Mello, o assaltante foi ouvido ontem e disse que fugiu durante a visita do final de semana, vestido com roupas de mulher. ""É muito cedo para dizer o que aconteceu."
Ferreira fugiu duas vezes de cadeias do Estado em apenas oito meses. Em junho do ano passado, ele escapou da Penitenciária Nilton Silva, em Franco da Rocha (Grande São Paulo), onde cumpria pena de oito anos por roubo.
Ele e seis detentos serraram as grades de uma das celas, pularam o alambrado do pátio externo e escalaram uma muralha de nove metros. Fizeram isso à tarde.
Na ficha criminal do assaltante, constam duas ordens de prisão não-cumpridas, a fuga do presídio, um caso de roubo a banco, dois contra empresas de grande porte da capital, o parque Hopi Hari e mais um contra prédios.
O suspeito estava vivendo com uma carteira de identidade falsa, que usou para tentar enganar os policiais no momento da prisão. Contudo ele acabou reconhecido por um delegado do Depatri, do setor de crimes patrimoniais, e confessou o verdadeiro nome à Corregedoria.


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