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AVIAÇÃO
Passageiros dizem que comandante do avião foi arbitrário
Estudante discute e é expulso de vôo da TAM
da Reportagem Local
O estudante paulistano Dan
Henry Schreiber, 28, foi retirado
por policiais federais do vôo 351
da TAM, que ia de São Paulo a
Porto Alegre no último dia 17 de
março. Ele responsabiliza o comandante da aeronave, Marcos
Oliveira, por expulsá-lo sem motivo e pretende processar a companhia aérea por danos morais.
Schreiber afirma ter sido agredido pelos agentes da PF. Passageiros do mesmo vôo ouvidos pela
Folha avaliam que não existiam
motivos para a expulsão.
Em uma escala em Curitiba
(PR), o estudante e outros pessoas
reclamaram de uma parada não
programada em Caxias do Sul
(RS). O vôo já estava mais de uma
hora atrasado. Schreiber e o comandante discutiram.
O deputado federal Nelson
Marchezan (PSDB-RS), que viaja
na aeronave, confirma que a companhia havia mudado o plano de
vôo sem avisar aos passageiros e
que o clima era de insatisfação.
Na opinião da maioria dos passageiros entrevistados pela Folha,
Schreiber não tomou nenhuma
atitude que justificasse sua expulsão do avião. "Ele assumiu a frente, mas estavam todos muito nervosos e irritados com a situação",
afirmou o advogado gaúcho
Eduardo Felipe Cuna Barbosa, 41.
Os entrevistados afirmam que o
comandante do avião não demonstrou domínio da situação e
reagiu de forma descontrolada.
"O comandante perdeu a postura
no caso. Houve um total desequilíbrio", disse a passageira Celina
Baldoíno Ketti, 52.
O vôo 351 havia começado em
Salvador (BA), pela manhã, e tinha feito uma parada em Ilhéus,
antes de chegar a São Paulo. Depois do incidente em Curitiba, o
comandante Marcos Oliveira, foi
substituído pela companhia.
Segundo Celina, Schreiber é
"um desses rebeldes sem causa,
que gesticulava e falava alto", mas
que pediu desculpas várias vezes
por seu comportamento.
Marchezan e os demais passageiros confirmam que o estudante foi retirado pelos policiais com
violência do avião, mesmo depois
de ter se desculpado.
Em Curitiba, Schreiber diz ter
sido chutado e ter ficado por mais
de uma hora e meia preso numa
cela na Polícia Federal. O estudante foi autuado em flagrante por resistência à prisão e lesões corporais. A Polícia Federal tem um inquérito em andamento para apurar o caso.
O estudante afirmou que também pretende processar a União
por agressão e danos morais.
O vôo deveria ter saído às 14h30
de Congonhas (SP), mas deixou o
aeroporto às 15h30. A chegada a
Porto Alegre, prevista para as
16h20, só aconteceu às 20h30.
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