São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2000


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AVIAÇÃO

Passageiros dizem que comandante do avião foi arbitrário

Estudante discute e é expulso de vôo da TAM

da Reportagem Local

O estudante paulistano Dan Henry Schreiber, 28, foi retirado por policiais federais do vôo 351 da TAM, que ia de São Paulo a Porto Alegre no último dia 17 de março. Ele responsabiliza o comandante da aeronave, Marcos Oliveira, por expulsá-lo sem motivo e pretende processar a companhia aérea por danos morais.
Schreiber afirma ter sido agredido pelos agentes da PF. Passageiros do mesmo vôo ouvidos pela Folha avaliam que não existiam motivos para a expulsão.
Em uma escala em Curitiba (PR), o estudante e outros pessoas reclamaram de uma parada não programada em Caxias do Sul (RS). O vôo já estava mais de uma hora atrasado. Schreiber e o comandante discutiram.
O deputado federal Nelson Marchezan (PSDB-RS), que viaja na aeronave, confirma que a companhia havia mudado o plano de vôo sem avisar aos passageiros e que o clima era de insatisfação.
Na opinião da maioria dos passageiros entrevistados pela Folha, Schreiber não tomou nenhuma atitude que justificasse sua expulsão do avião. "Ele assumiu a frente, mas estavam todos muito nervosos e irritados com a situação", afirmou o advogado gaúcho Eduardo Felipe Cuna Barbosa, 41.
Os entrevistados afirmam que o comandante do avião não demonstrou domínio da situação e reagiu de forma descontrolada. "O comandante perdeu a postura no caso. Houve um total desequilíbrio", disse a passageira Celina Baldoíno Ketti, 52.
O vôo 351 havia começado em Salvador (BA), pela manhã, e tinha feito uma parada em Ilhéus, antes de chegar a São Paulo. Depois do incidente em Curitiba, o comandante Marcos Oliveira, foi substituído pela companhia.
Segundo Celina, Schreiber é "um desses rebeldes sem causa, que gesticulava e falava alto", mas que pediu desculpas várias vezes por seu comportamento.
Marchezan e os demais passageiros confirmam que o estudante foi retirado pelos policiais com violência do avião, mesmo depois de ter se desculpado.
Em Curitiba, Schreiber diz ter sido chutado e ter ficado por mais de uma hora e meia preso numa cela na Polícia Federal. O estudante foi autuado em flagrante por resistência à prisão e lesões corporais. A Polícia Federal tem um inquérito em andamento para apurar o caso.
O estudante afirmou que também pretende processar a União por agressão e danos morais.
O vôo deveria ter saído às 14h30 de Congonhas (SP), mas deixou o aeroporto às 15h30. A chegada a Porto Alegre, prevista para as 16h20, só aconteceu às 20h30.




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