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ALERTA GASTRONÔMICO
Ministério da Agricultura quer informações sobre condições sanitárias da exportação do peixe
Governo pede ao Chile dados sobre salmão
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Agricultura notificou ontem as autoridades chilenas sobre o problema de contaminação por peixe cru em São
Paulo e pediu informações sobre
as condições sanitárias da criação
e exportação de salmão para o
Brasil. Como há um acordo sanitário entre os dois países, se for o
caso, uma equipe irá até o local.
A importação de salmão no
Brasil aumentou 41% em 2004
com relação ao mesmo período
em 2003. Dados da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca,
apontam o Chile como praticamente único fornecedor do peixe.
Em toneladas, a importação
brasileira passou de 8.500 em
2003 para 12 mil em 2004.
O diretor do Departamento de
Inspeção de Produtos de Origem
Animal do ministério, Nelmon
Oliveira da Costa, disse que o problema de parasitose em peixes é
mundial, e não apenas do Brasil.
Ele ressalta que a importação do
salmão chileno é feita há muitos
anos. "São centenas de criadores.
Por isso, é praticamente impossível identificar a origem."
O salmão que chega ao país tem
duas origens: a da pesca extrativa
e a da pesca de cultivo (peixe criado em cativeiro). Porém, segundo
Costa, as duas apresentam risco
de contaminação pelo parasita.
"É impossível evitarmos a contaminação porque naturalmente
a água onde esses peixes vivem está contaminada pelos efluentes
domésticos do homem que está
infectado. É um ciclo", diz.
No caso de salmão criado em
cativeiro e alimentado com rações
especiais, Costa ressalta que os cativeiros são apenas redes de isolamento que não deixam o peixe escapar e que a água é a mesma.
Segundo Costa, o transporte do
salmão para o Brasil normalmente é feito em caixas de isopor refrigeradas com gelo. Nesse caso, o
peixe vem inteiro. Em casos de
postas, o peixe vem congelado e,
quando é defumado, ele é transportado em embalagens especiais, na temperatura ambiente.
Costa disse que não deve exigir
que o peixe seja congelado antes
de ser exportado. "Essa hipótese
não está descartada, mas não é a
nossa primeira medida."
(FERNANDA BASSETTE e VICTOR RAMOS)
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