São Paulo, quarta-feira, 06 de abril de 2005

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ALERTA GASTRONÔMICO

Ministério da Agricultura quer informações sobre condições sanitárias da exportação do peixe

Governo pede ao Chile dados sobre salmão

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério da Agricultura notificou ontem as autoridades chilenas sobre o problema de contaminação por peixe cru em São Paulo e pediu informações sobre as condições sanitárias da criação e exportação de salmão para o Brasil. Como há um acordo sanitário entre os dois países, se for o caso, uma equipe irá até o local.
A importação de salmão no Brasil aumentou 41% em 2004 com relação ao mesmo período em 2003. Dados da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, apontam o Chile como praticamente único fornecedor do peixe.
Em toneladas, a importação brasileira passou de 8.500 em 2003 para 12 mil em 2004.
O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do ministério, Nelmon Oliveira da Costa, disse que o problema de parasitose em peixes é mundial, e não apenas do Brasil.
Ele ressalta que a importação do salmão chileno é feita há muitos anos. "São centenas de criadores. Por isso, é praticamente impossível identificar a origem."
O salmão que chega ao país tem duas origens: a da pesca extrativa e a da pesca de cultivo (peixe criado em cativeiro). Porém, segundo Costa, as duas apresentam risco de contaminação pelo parasita.
"É impossível evitarmos a contaminação porque naturalmente a água onde esses peixes vivem está contaminada pelos efluentes domésticos do homem que está infectado. É um ciclo", diz.
No caso de salmão criado em cativeiro e alimentado com rações especiais, Costa ressalta que os cativeiros são apenas redes de isolamento que não deixam o peixe escapar e que a água é a mesma.
Segundo Costa, o transporte do salmão para o Brasil normalmente é feito em caixas de isopor refrigeradas com gelo. Nesse caso, o peixe vem inteiro. Em casos de postas, o peixe vem congelado e, quando é defumado, ele é transportado em embalagens especiais, na temperatura ambiente.
Costa disse que não deve exigir que o peixe seja congelado antes de ser exportado. "Essa hipótese não está descartada, mas não é a nossa primeira medida." (FERNANDA BASSETTE e VICTOR RAMOS)

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