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SP admite erro em registro de roubo a banco
Estatísticas oficiais do governo registraram menos da metade dos casos apontados pela Febraban; secretário mandou revisar dados
Marzagão nega que os números tenham sido manipulados para baixar as estatísticas e crê em falha nos distritos policiais
DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria da Segurança
Pública de São Paulo admitiu
ontem que o número de assaltos a banco pode ser muito
maior que o informado pela
própria pasta nos últimos anos.
As estatísticas oficiais do governo paulista registraram menos da metade dos casos apontados pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
"Temos fortes indícios de
que esses índices [do governo]
não estejam corretos", afirmou
o secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão.
Ele disse ontem que determinou que todos os números de
roubo a banco divulgados desde 2004 fossem revisados. O
governo paulista divulga esses
dados desde o quarto trimestre
de 2004.
O crime de roubo a banco registra uma tendência de crescimento, mas o governo paulista
nega que os números tenham
sido manipulados para baixar
as estatísticas.
Pela contabilidade da secretaria, foram 67 roubos a banco
na capital paulista em 2005 e
122 em 2006. Os números da
Febraban são bem maiores: 193
ocorrências na cidade de São
Paulo em 2005 e 274 casos no
ano passado. Nessa comparação, 278 roubos a banco ficaram de fora das estatísticas.
As maiores diferenças foram
registradas no primeiro e no
terceiro trimestres de 2006.
Entre janeiro e março do ano
passado, ocorreram 77 roubos,
segundo a Febraban, mas a secretaria só computou 29.
Entre junho e setembro, foram 81 ocorrências apontadas
pela federação, enquanto o governo só divulgou a existência
de 47 episódios.
Mas a diferença entre os números oficiais e os dados do setor bancário pode ser ainda
maior. Segundo a assessoria de
imprensa da Febraban, as instituições bancárias não são obrigadas a fazer o registro do roubo na federação e casos podem
ter ficado de fora.
A Febraban salientou também que as instituições bancárias fazem o registro de todos
os casos na polícia e não soube
informar o motivo da diferença
dos números.
Marzagão tentou afastar a
possibilidade de o erro ter sido
cometido pela CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento), órgão ligado ao gabinete do
secretário que organiza os dados criminais.
Segundo o secretário, a probabilidade maior é de que a falha tenha ocorrido na origem:
os distritos policiais. "O equívoco, se confirmado, foi cometido na fonte, de quem mandou
a informação", afirmou.
Marzagão, porém, não determinou a reavaliação das estatísticas de outros crimes porque, segundo ele, não há informações reais de que esses números tenham sido adulterados. "Se essa hipótese for levantada, também posso determinar essa avaliação."
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