São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Grupo presta solidariedade à mãe da garota

ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REVISTA DA FOLHA

Um grupo de oito jovens (sete meninas e um menino), com cartazes pedindo justiça, fez uma passeata ontem, no início da tarde, em solidariedade a Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, morta no último sábado. Ontem era aniversário de Ana Carolina.
Os jovens saíram da rua Santa Leocádia, local da morte de Isabella, e foram até a rua José de Almeida, residência de Ana Carolina, ambas na zona norte. Nenhum dos participantes conhecia a mãe nem Isabella.
Renata Laurindo Nogueira, 16, que estuda no mesmo colégio onde Ana Carolina estudou, criou uma comunidade no Orkut chamada "Para sempre anjinho Isabella". A estudante, que estava à frente da passeata, disse que o principal objetivo era mostrar solidariedade à Ana Carolina e se manifestar contra violências deste tipo.
O grupo chegou ao sobrado onde mora a mãe por volta do meio-dia. Cantaram parabéns em frente à casa e a canção "Eu sei que vou te amar", além de gritarem frases como "Sua filha nunca será esquecida". Os jovens disseram estar se mobilizando para criar uma ONG com o nome de Isabella.
Carol Dantas, 18, veio de Itapevi (43 km de São Paulo) especialmente para o protesto. "Não podemos aceitar isso de braços cruzados. Saí de Itapevi e vim para cá para mostrar às autoridades que a população está, sim, indignada". Ao abraçar a mãe de Isabella, Carol começou a chorar. Ana Carolina respondeu: "Não chore. A Isabella não gostava de tristeza."

Rosa e azul
Uma hora antes da chegada do grupo, Ana Carolina apareceu na porta de casa para receber amigos, por conta de seu aniversário.
Para aniversário de Isabella, que seria no próximo dia 18, disse que planejava fazer uma festa com as cores rosa e azul, as preferidas da menina.
Ela disse estar triste, porque preferia que a filha estivesse ao seu lado. "Mas tenho certeza de que ela está bem. Melhor do que a gente", afirmou. Ana Carolina, que é bancária, disse que pretende voltar a trabalhar em breve. Questionada sobre sua serenidade, afirmou não fazer nenhum esforço para ser desse jeito, e agradeceu a todos que se solidarizaram com ela.


Texto Anterior: Força-tarefa apura se Isabella não foi jogada
Próximo Texto: Justiça: 10 mil suspeitas de aborto podem ser interrogadas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.