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Prefeitura diz que apoia a investigação
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo diz que não cabe a ela investigar incêndios, mas
que apoia a investigação.
"Gostaríamos de frisar
que a Secretaria Municipal de Habitação apoia toda e qualquer investigação
para esclarecer incêndios
em favelas da cidade. É
preciso esclarecer que investigar, periciar, não
compete à Sehab, e sim à
polícia. E não há o que comentar baseado em hipóteses", diz nota da pasta.
Sobre os incêndios na
favela Rocinha Paulistana,
a secretaria diz que "não
enxerga indícios de irregularidades". "Muitos acreditam que a prefeitura está
"dando dinheiro" e não pagando auxílio-aluguel e,
infelizmente, alguns jornalistas também estranham o benefício, mas isso
só reflete uma visão estreita do que é cidadania", diz.
Todos os pagamentos,
diz a prefeitura, foram feitos a pessoas previamente
cadastradas e por meio de
"sistema inédito" que usa
até fotografias.
A Sehab não mostrou
nenhuma foto de família
nem cópias de cheques. De
14 famílias cadastradas na
favela Rocinha Paulistana
escolhidas aleatoriamente
pela Folha, a prefeitura
comprovou o cadastro anterior ao incêndio de apenas duas. Das outras 11 havia o registro apenas após
o incêndio. Em um dos casos não foi encontrado
nem os dados de quem recebeu o cheque.
Alan (não disse o sobrenome), um dos líderes comunitários da favela, nega
qualquer tipo de fraude e
afirma que no local existiam 122 famílias. "Como
cabia? Cabendo", disse.
A investigação vai mostrar, então, que todos moravam ali? "Vai mostrar
que todos tinham barracos aqui. Ter um barraco
não quer dizer que a pessoa fique 24 horas. Não é
obrigado a morar aqui."
Alan disse ainda que o
incêndio em 5 de dezembro foi provocado por briga de família e o segundo,
em 14 de janeiro, por um
curto-circuito. "O laudo
do Corpo de Bombeiros
que diz, não sou eu", disse.
Os bombeiros não comentaram o assunto.
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