São Paulo, sábado, 06 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Juradas dizem estar frustradas com decisão

DOS ENVIADOS ESPECIAIS

Dois dos sete jurados ouvidos pela Folha após a divulgação da sentença disseram estar "frustrados" com a decisão que permitiu a Pimenta Neves recorrer em liberdade. "Estou frustrada, já que ele cometeu um crime e saiu do tribunal sem estar preso", afirmou a terapeuta ocupacional Gisele Maria Alves, 35.
Para ela, o assassinato de Sandra Gomide não tem nada de crime passional. "Ninguém mata por amor. Para mim foi um crime hediondo", afirmou. Mas disse não ter ficado convencida de que se tratou de um crime premeditado.
"Nessa experiência que tive como jurada pude perceber como funciona a Justiça brasileira", criticou outra jurada do caso, a professora Simone Godinho Rodrigues, 31. Ela diz que os demais jurados também se decepcionaram.
"Toda a votação [para a condenação] foi 7 a 0. Já as qualificadoras [motivo torpe e sem possibilidade de a vítima se defender] foram 5 a 2. Depois de três dias, houve uma decepção", afirmou.
Simone também diz duvidar que houve premeditação. "A defesa mostrou que ele não estava muito bem antes do crime." Os membros do Tribunal do Júri podem se manifestar sobre o processo após a leitura da sentença.


Texto Anterior: Para ex-juiz, réu talvez nunca vá para a cadeia
Próximo Texto: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.