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Plantão Médico
Estudo analisa infarto durante ato sexual
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
A discreta palpitação que
surge no ato sexual pode assustar a quem já teve infarto,
mas a possibilidade de novo
infarto durante ou logo após
uma relação sexual é de apenas 0,9%.
Este risco é igual para quem
apresenta, ou não, antecedentes de problemas nas artérias
coronárias.
Segundo estudos realizados
com parceiros estáveis e casados, atividade física realizada
com freqüência reduz mais
ainda o risco de infarto durante ou depois do ato sexual, explicou na semana passada, durante uma das sessões do 28º Congresso da Sociedade de
Cardiologia do Estado de São
Paulo, o professor Otávio Rizzi Coelho, chefe da disciplina
de cardiologia e do Departamento de Clínica Médica da
Faculdade de Medicina da
Unicamp.
O professor disse também
que, nos portadores de doença
arterial coronária, o esforço
físico durante uma atividade
sexual é semelhante ao de subir dois lances de uma escada,
acrescentando que eventuais
problemas podem ser detectados através do teste ergométrico (exame eletrocardiográfico de esforço).
Os estudos mostram que as
pessoas que têm isquemia durante o ato sexual também
apresentam isquemia no teste
ergométrico; e os que não têm
isquemia durante o teste de
esforço também não apresentam isquemia durante a atividade sexual.
O consumo de energia ao
caminhar em uma esteira com
velocidade de 3 milhas (ou
4,83 km) por hora é de 3 mets
(met é o equivalente metabólico de consumo de oxigênio),
praticamente igual ao das preliminares do ato sexual (2 a 3
mets), e um pouco mais durante o orgasmo (3 a 4 mets).
Quanto à relação entre
morte súbita e atividade sexual, pesquisa realizada com
base em 5.559 óbitos mostra
que apenas 34 mortes (0,6%)
estavam relacionadas à atividade sexual. Dos 34 mortos,
28 eram homens, 25 morreram em hotéis e, a maioria,
durante relacionamento extraconjugal.
julio@uol.com.br
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