São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2010

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ANNA MARIA CARDONE DEL MONTE
(1944-2010)


Na casa da "nonna", tudo era permitido aos netos

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

A tia, na tentativa de convencer a família a também se mudar para o Brasil, dizia que viver aqui era muito melhor.
Foi assim que Anna Maria Cardone del Monte, nascida em Nápoles, na Itália, desembarcou no país, aos nove anos.
Com o tempo, passou a brincar: "Melhor era ter ficado lá". Mas bem que ela gostava do Brasil, onde viveu até o fim. À Itália, Anna voltou apenas para passear e visitar os familiares que ficaram por lá.
Em São Paulo, constituiu a própria família. O marido, Fausto, ela conheceu na época em que ele fazia engenharia na Poli, quando a faculdade ficava ali na rua Três Rios, no Bom Retiro, centro da capital. Ela morava na mesma rua em que ele estudava.
Anna casou-se aos 22, teve três filhos e quatro netos. Como conta a filha Daniela, engenheira, a mãe era uma mulher independente e dona de uma braveza tipicamente italiana -só não usava essa característica com os netos, seus protegidos. Dizia que, na casa da "nonna", eles podiam fazer o que quisessem.
Em 2005, o marido, engenheiro elétrico e professor universitário, morreu de câncer. Anna continuou morando sozinha, pois não queria se desfazer da casa, onde outrora costumava reunir a família. Adorava cuidar das plantas e de fazer tapetes arraiolos.
Nos últimos tempos, teve insuficiência renal e complicações na prótese que usava no braço. Morreu no domingo, aos 65, de septicemia. A missa de sétimo dia será no sábado, às 15h, na igreja do Calvário, em São Paulo.

coluna.obituario@uol.com.br


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