|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANNA MARIA CARDONE DEL MONTE
(1944-2010)
Na casa da "nonna", tudo era permitido aos netos
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
A tia, na tentativa de convencer a família a também se
mudar para o Brasil, dizia que
viver aqui era muito melhor.
Foi assim que Anna Maria
Cardone del Monte, nascida
em Nápoles, na Itália, desembarcou no país, aos nove anos.
Com o tempo, passou a
brincar: "Melhor era ter ficado lá". Mas bem que ela gostava do Brasil, onde viveu até o
fim. À Itália, Anna voltou apenas para passear e visitar os
familiares que ficaram por lá.
Em São Paulo, constituiu a
própria família. O marido,
Fausto, ela conheceu na época em que ele fazia engenharia na Poli, quando a faculdade ficava ali na rua Três Rios,
no Bom Retiro, centro da capital. Ela morava na mesma
rua em que ele estudava.
Anna casou-se aos 22, teve
três filhos e quatro netos. Como conta a filha Daniela, engenheira, a mãe era uma mulher independente e dona de
uma braveza tipicamente italiana -só não usava essa característica com os netos,
seus protegidos. Dizia que, na
casa da "nonna", eles podiam
fazer o que quisessem.
Em 2005, o marido, engenheiro elétrico e professor
universitário, morreu de câncer. Anna continuou morando sozinha, pois não queria se
desfazer da casa, onde outrora costumava reunir a família.
Adorava cuidar das plantas e
de fazer tapetes arraiolos.
Nos últimos tempos, teve
insuficiência renal e complicações na prótese que usava
no braço. Morreu no domingo, aos 65, de septicemia.
A missa de sétimo dia será
no sábado, às 15h, na igreja do
Calvário, em São Paulo.
coluna.obituario@uol.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Justiça do RJ decreta prisão de procuradora aposentada Índice
|