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Justiça do RJ decreta prisão de procuradora aposentada
Vera Lúcia Gomes é acusada de torturar menina que estava sob sua guarda provisória
Para o juiz que decretou
a prisão preventiva, há indícios suficientes contra
a ré, e deixá-la livre poria
em risco a investigação
DIANA BRITO
DA SUCURSAL DO RIO
O juiz Guilherme Schilling
Pollo Duarte, da 32ª Vara Criminal do Rio, decretou ontem a
prisão preventiva da procuradora Vera Lúcia Gomes, acusada de torturar a menina de dois
anos e dez meses que estava sob
sua guarda provisória.
Para o juiz, há indícios suficientes, na denúncia apresentada pelo Ministério Público,
de que a ré cometeu de fato o
delito, e a liberdade da procuradora poderia pôr em risco a instrução criminal. A procuradora
nega as acusações.
"A ré vem exercendo atos de
coação e intimidação contra
testemunhas essenciais para o
esclarecimento da verdade dos
fatos", afirmou o juiz em sua
decisão, sem exemplificar os
supostos atos da procuradora.
No início da noite, policiais
civis procuraram Gomes em
seu apartamento, em Ipanema,
mas não a encontraram.
Por já ser aposentada, a procuradora não tem direito a foro
privilegiado. A pena a que ela ficará sujeita, caso condenada,
dependerá dos tipos de crime
em que for enquadrada.
Também ontem, o Ministério Público entrou com uma
ação civil pública contra a procuradora pedindo que ela seja
condenada a indenizar a menina por danos morais.
O valor pedido é de mil salários mínimos (R$ 510 mil),
mais pensão mensal de 10% de
seus rendimentos, até que a
menina faça 18 anos. Os promotores pedem que, de imediato, a acusada seja obrigada a pagar tratamento psicológico ou
psiquiátrico para a criança.
Na denúncia encaminhada à
Justiça, o Ministério Público
detalha os supostos maus-tratos sofridos pela menor. Em depoimentos, ex-empregadas da
procuradora dizem que ela xingava a criança com frequência.
Segundo as testemunhas, os
xingamentos eram seguidos de
agressões e não dependiam do
comportamento da criança,
que, pelos relatos, era calma.
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