|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Alunos de medicina ficam sem aula prática
Cerca de 30 estudantes da UFSCar enfrentam o problema desde sexta-feira
Hospital construído pela União e pela prefeitura não fica pronto, e convênio com a Santa Casa é cancelado por divergência com médicos
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Os 33 alunos do penúltimo
ano do curso de medicina da
UFSCar (Universidade Federal
de São Carlos) estão sem aulas
desde a última sexta-feira. Motivo: falta hospital na cidade para que possam cumprir as disciplinas práticas obrigatórias.
Em tese, os estudantes, que
integram a primeira turma de
medicina da universidade, cursariam o internato (período em
que estudam em hospitais) no
segundo módulo do Hospital
Escola municipal, mas a construção do prédio atrasou.
Só um módulo foi concluído,
mas é no segundo que vão funcionar a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e um centro cirúrgico. Por isso, entre março e
abril, com um mês de atraso, os
alunos iniciaram o internato
-de forma precária, segundo
eles- na Santa Casa local.
O problema se agravou, no
entanto, quando os médicos
responsáveis por orientar os
estudantes não receberam da
prefeitura o adicional combinado em acordo fechado pelo
governo municipal com a Santa
Casa. A parceria com o curso de
medicina foi, então, rompida.
A prefeitura diz apenas que
os médicos estão pedindo um
valor muito alto de adicional.
Entre os estudantes, que já
previam o problema desde o
ano passado por causa do andamento lento das obras do Hospital Escola, o sentimento é de
indignação. "Eu me sinto totalmente abandonada e usada politicamente", disse a estudante
Arlety de Morais Carvalho, 21.
A aluna Paula Ravanelli Rossi, 24, diz que a interrupção das
atividades pode prejudicá-los
em 2011 na prova para a residência médica, com avaliações
escrita, prática e entrevista.
"A gente sabe que o fato de
estudar em uma faculdade federal tem um peso, conta pontos. Mas o fato de a gente ter enfrentado problemas [durante o
internato] também pode ter
um peso negativo", diz Rossi.
Ontem à tarde, docentes e
alunos participaram de uma
reunião extraordinária do Conselho de Graduação da UFSCar.
Segundo a aluna Carvalho, os
20 professores do conselho se
comprometeram a viabilizar o
internato -não está descartado o exercício das atividades
práticas em outra cidade. A Folha não conseguiu ouvir ontem
à tarde o coordenador do curso,
Humberto Hirakawa.
O Hospital Escola, que é
construído com verba da
União, com contrapartida da
prefeitura -administrada por
Oswaldo Barba (PT)-, tem hoje um pronto-socorro, inaugurado em novembro de 2007.
O segundo módulo, com investimento de R$ 45 milhões
em obras e R$ 22 milhões em
equipamentos, começou a ser
construído em janeiro do ano
passado e deveria ter sido concluído no mês passado. A expectativa agora é que ele comece a funcionar, de forma parcial, até o final deste ano.
Texto Anterior: Saiba mais: Associados usam trajes medievais Próximo Texto: Outro lado: Problema será resolvido logo, diz vice-reitor Índice
|