São Paulo, sábado, 06 de julho de 2002

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ESTRADAS

Segundo a polícia, baixa visibilidade causada por neblina provocou maior engavetamento da rodovia Castello Branco

Choques de 27 carros causam 12 mortes

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
Um dos veículos envolvidos no engavetamento ocorrido ontem na rodovia Castello Branco (SP)


FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA

Dois acidentes simultâneos no km 88 da rodovia Castello Branco, na região de Sorocaba (SP), deixaram 12 mortos e 40 feridos, ontem, por volta das 5h30.
A baixa visibilidade, causada por uma forte neblina, provocou o engavetamento de 25 veículos na pista interior-capital. Foi o maior acidente em número de veículos nessa rodovia. No sentido contrário, um Voyage bateu em uma carreta e pegou fogo. Duas mulheres, uma delas grávida, e uma criança morreram carbonizadas no local.
Um Uno que seguia em direção a São Paulo diminuiu a velocidade e foi atingido na traseira por um veículo grande (ônibus ou caminhão) que fugiu imediatamente após a colisão.
Um caminhão que vinha logo em seguida bateu no Uno, que estava parado na estrada, dando início ao engavetamento. Segundo a Polícia Rodoviária, o incêndio do Voyage, na outra pista, piorou as condições de visibilidade.
Francisco Peres, gerente de operações da concessionária Colinas, que administra esse trecho da rodovia, relatou que havia incêndios nas margens da Castello, fora da área sob controle da empresa.
O engavetamento, que tinha uma extensão de 300 m, envolveu 13 caminhões, quatro carretas e oitos carros de passeio. Um dos veículos era um carro da Polícia Militar, em Bauru, que levava sete policiais para o Centro Médico da PM, em São Paulo. Seis morreram no local. Roberto da Silva, levado para a Santa Casa de Itu, não corria risco de morte até a noite.
De acordo com o tenente Gilberto Bento Dias, o carro da PM foi parar embaixo de um caminhão. "Nesse trecho é comum ter esse problema de neblina, mas parece que hoje estava muito pior, independentemente da fumaça."
"Não dava para enxergar nada a dez metros de distância", afirmou o policial rodoviário Carlos Henrique Carvalho, que passava no local no momento do acidente.
A ambulância que levava Daiane Godoy Nicoline, 11, para fazer uma cirurgia no Incor (Instituto do Coração), também ficou avariada ao colidir com um caminhão. A menina foi retirada ainda com vida do veículo, mas morreu no Hospital Regional de Sorocaba. A mãe de Daiane, Roseli Nicoline, a acompanhava na ambulância e estava internada no mesmo hospital sob observação.
Os oito feridos mais graves foram levados para o Hospital Regional de Sorocaba. Durante a tarde de ontem, um morreu, dois tiveram alta e seis estavam em observação, porém estáveis.
Os demais feridos foram distribuídos entre a Santa Casa de Itu e os hospitais de Tatuí e Boituva.
Entre bombeiros, policiais rodoviários e militares e funcionários da Colinas, 40 pessoas trabalharam no resgate das vítimas.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), enviou para o local do acidente o secretário-adjunto da Saúde, Luiz Roberto Barata, e o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Roberto Alegrete. Eles acompanharam o atendimento às vítimas.
De acordo com a concessionária, o acidente provocou engarrafamentos de 1,5 km em cada sentido. A pista em direção ao interior ficou interditada até as 9h30. No sentido capital, uma das faixas foi liberada às 11h20. A liberação total foi às 18h25.



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