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RIO
Atos aconteceram na capital, em Niterói e em Duque de Caxias; no final da tarde, o STJ suspendeu a liminar, retomando o benefício
Alunos protestam contra o fim do passe livre
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
Milhares de estudantes da rede
pública do Estado do Rio fizeram
ontem manifestações na capital,
em Niterói (14 km do Rio) e em
Duque de Caxias (Baixada Fluminense) contra a decisão judicial
que havia suspendido o passe livre em ônibus intermunicipais,
barcas e metrô.
Requerida ao TJ (Tribunal de
Justiça) pela Fetranspor (Federação das Empresas de Transporte
de Passageiros do Rio), a liminar
foi concedida na terça-feira pelo
desembargador Jorge Uchôa.
Mas ontem mesmo o ministro
Nilson Naves, presidente do STJ,
suspendeu a liminar. A decisão
atende a requerimento da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) e
vale até que o Tribunal de Justiça
do Rio dê uma sentença definitiva
sobre o caso, o que deve ocorrer
somente em agosto.
A Lei do Passe Livre, aprovada
em 99 pela Assembléia, garante
acesso gratuito às conduções a
alunos da rede pública, idosos e
deficientes físicos.
No Rio, 3.000 alunos, segundo a
Polícia Militar, ou 6.000, de acordo com os organizadores, tomaram as ruas do centro, provocando congestionamentos de manhã
e à tarde. Os manifestantes se concentraram em frente ao TJ e seguiram para a Cinelândia, passando pela sede da Fetranspor.
O protesto interditou as avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, as principais do centro.
Em Niterói, houve confronto
entre manifestantes e policiais.
Seis menores foram levados para
a DPCA (Delegacia de Proteção à
Criança e ao Adolescente) e liberados após prestar depoimento.
O protesto em Niterói reuniu
cerca de 6.000 pessoas. Houve
confusão. A polícia chegou a lançar bombas de efeito moral contra
a multidão. Em Duque de Caxias,
500 estudantes interditaram a pista sentido Rio da rodovia Washington Luís, na altura da favela
Beira-Mar. A polícia interveio e a
via foi liberada.
O superintendente da Fetranspor, Luiz Carlos Nóbrega, disse
que a entidade não é contra a gratuidade dos transportes. "O problema é que há três anos negociamos com o Executivo e o Legislativo para ver quem paga a conta,
mas ainda não houve decisão."
De acordo com ele, 40% das pessoas (cerca de 5,8 milhões) que
usam transporte público não pagam passagem.
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