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São Paulo, domingo, 06 de julho de 2003

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Motogirl é recebida de cara feia

DA REPORTAGEM LOCAL

Se o trânsito trata mal os motoboys, o que faria com meninas ao guidão? Essa é uma aposta que Tânia Marques está pagando para ver. Inspirada por seu irmão Márcio e bancada pelo irmão Constantino, ela comanda há um mês a Penélope Express, primeira empresa de motogirls de São Paulo.
Com uma equipe de quatro garotas fixas e outras dez autônomas, a Penélope já conta com quatro empresas utilizando seus serviços. "Os clientes estão preferindo as motogirls", afirma a empresária, para em seguida desfilar uma série de motivos duvidosos: "Porque elas são mais limpinhas, têm charme e usam maquiagem".
O publicitário Constantino Marques disse ter feito pesquisa que apontou interesse do mercado por um serviço de entregas que fosse realizado exclusivamente por mulheres. Segundo ele, o principal motivo é que as garotas seriam mais cuidadosas com as encomendas a elas confiadas.
O salário oferecido é de R$ 900 e é preciso ter uma motocicleta com no mínimo 125cc de cilindrada e carteira profissional de motociclista. As meninas não são julgadas por sua aparência, segundo Tânia. "Já tenho uma fila grande de candidatas", afirma.
Por enquanto, elas são 10% do mercado, ou cerca de 17 mil mulheres, mas esse percentual tende a crescer. Os motoboys? Não têm reagido bem à invasão feminina. "Elas me dizem que os meninos ainda fazem cara feia no trânsito", diz a proprietária. (SD)


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