|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Motogirl é recebida de cara feia
DA REPORTAGEM LOCAL
Se o trânsito trata mal os motoboys, o que faria com meninas ao
guidão? Essa é uma aposta que
Tânia Marques está pagando para
ver. Inspirada por seu irmão Márcio e bancada pelo irmão Constantino, ela comanda há um mês a
Penélope Express, primeira empresa de motogirls de São Paulo.
Com uma equipe de quatro garotas fixas e outras dez autônomas, a Penélope já conta com
quatro empresas utilizando seus
serviços. "Os clientes estão preferindo as motogirls", afirma a empresária, para em seguida desfilar
uma série de motivos duvidosos:
"Porque elas são mais limpinhas,
têm charme e usam maquiagem".
O publicitário Constantino
Marques disse ter feito pesquisa
que apontou interesse do mercado por um serviço de entregas
que fosse realizado exclusivamente por mulheres. Segundo ele,
o principal motivo é que as garotas seriam mais cuidadosas com
as encomendas a elas confiadas.
O salário oferecido é de R$ 900 e
é preciso ter uma motocicleta
com no mínimo 125cc de cilindrada e carteira profissional de
motociclista. As meninas não são
julgadas por sua aparência, segundo Tânia. "Já tenho uma fila
grande de candidatas", afirma.
Por enquanto, elas são 10% do
mercado, ou cerca de 17 mil mulheres, mas esse percentual tende
a crescer. Os motoboys? Não têm
reagido bem à invasão feminina.
"Elas me dizem que os meninos
ainda fazem cara feia no trânsito",
diz a proprietária.
(SD)
Texto Anterior: Caminhos perigosos: Motoboys enfrentam riscos e discriminação Próximo Texto: Criador do "esquino" quer motovia Índice
|