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Habitação precária abriga quase 1 bilhão
DA REPORTAGEM LOCAL
A ONU estima a existência
de 924 milhões de moradores de áreas urbanas no
mundo vivendo em favelas,
o que representa 31,6% dos
2,923 bilhões de habitantes.
Desse total, as regiões em desenvolvimento, que, segundo a classificação da ONU,
incluem a África, Ásia, América Latina, Caribe e Oceania, abrigam 870 milhões de
habitantes (43%).
A África subsaariana, onde
estão localizados países como Angola, Congo, Eritréia,
Tanzânia e África do Sul, por
exemplo, tem 71,9% de sua
população urbana instalada
em favelas. Na América Latina e Caribe, essa população
representa 31,9%. Segundo
dados de 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem hoje no Brasil 3.905 favelas,
com 6,55 milhões de moradores - 3,8% da população.
A definição da ONU para
favela leva em consideração
cinco características: acesso
inadequado à água potável,
falta de infra-estrutura ou
saneamento básico, aglomeração de moradias, estrutura
pobre da construção das casas e residências inseguras.
Em 2000, a ONU realizou
um encontro cujo objetivo
principal foi resumido em
um documento denominado Cidades sem Favelas. A
meta estipulada é melhorar
as condições de vida de pelo
menos 100 milhões de pessoas até o ano 2020.
"Favelas são produtos de
políticas falidas, maus governos, corrupção, sistemas
financeiros irresponsáveis e
falta de vontade política",
atesta o documento.
Para enfrentar o problema,
a ONU recomenda que os
governos disponham de informações adequadas que
possibilitem entender o fenômeno de surgimento e
crescimento das favelas. Outra recomendação é garantir
o título da posse dos moradores para protegê-los de
ações de despejo.
Nesse sentido, São Paulo
dispõe, desde janeiro deste
ano, de uma lei de regularização fundiária de favelas. O
programa beneficia cerca de
48 mil moradores de 160
áreas da capital paulista. O
governo federal também
prepara uma legislação para
regularização fundiária.
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