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Farmácia Popular terá de ficar de fora do mínimo destinado à saúde
DA REPORTAGEM LOCAL
Os recursos que o governo federal gastar no programa Farmácia
Popular não poderão ser computados no mínimo de verbas que a
União deve aplicar em ações e serviços de saúde pela emenda constitucional 29.
O alerta foi dado ao governo, de
maneira verbal, no início de junho, pelos procuradores da República no Distrito Federal Aldenor
Moreira de Sousa e Carlos Henrique Martins Lima. No dia 25, foi
transmitido aos conselheiros nacionais de saúde, que devem deliberar sobre o tema.
Segundo o texto constitucional,
a União deve aplicar em ações e
serviços de saúde o valor do ano
imediatamente anterior, acrescido da variação nominal (sem descontar a inflação) do PIB do ano
em que é elaborado o Orçamento.
O Ministério da Saúde pretende
gastar, só neste ano, mais de R$
300 milhões com o programa Farmácia Popular, que vende remédios a baixo custo.
Segundo Sousa, representantes
do ministério foram convidados a
dar explicações. "Só vejo como
constitucionalmente admissível
se não depender de recursos da
emenda", disse o procurador ao
ser questionado sobre suas conclusões sobre o programa.
Sousa foi um dos procuradores
autores de recomendação que fez
o governo Lula desistir de incluir
gastos do Fome Zero como assistência à saúde.
O procurador destaca que o
Farmácia Popular tem caráter suplementar às farmácias de distribuição gratuita do SUS. Os medicamentos não são de acesso universal, pois são cobrados -a universalidade dos programas é uma
das principais exigências para que
seus gastos possam ser incluídos
na conta da emenda.
O Ministério da Saúde informou que não há risco de, neste
ano, o programa ser computado
para o cumprimento da emenda,
pois será financiado por crédito
extra. Para o Orçamento de 2005,
no entanto, ainda não há garantias. O assunto está em discussão.
O governo Lula fechou o ano de
2003 em débito com a área de saúde. Terá de empenhar R$ 600 milhões neste ano para cumprir a
emenda.
(FL)
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