São Paulo, domingo, 06 de julho de 2008

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Mulheres adiam ciclo para evitar a TPM no trabalho

Para manipular ciclo menstrual, elas recorrem a pílulas e implantes hormonais

Agente de viagens controla TPM e menstruação com pílulas para ocasiões em que tem de viajar ou fazer reuniões de negócios

DA REPORTAGEM LOCAL

Em favor do trabalho e para evitar que os compromissos profissionais sejam prejudicados por alterações físicas e emocionais da TPM, mulheres estão manipulando o ciclo menstrual ou simplesmente abrindo mão da menstruação.
Para conseguir isso, aderem a técnicas que vão desde o uso de simples anticoncepcionais até implantes hormonais.
O caminho tem sido adotado por mulheres que tentaram sem sucesso combater a TPM com o tratamento padrão -antidepressivos conhecidos como inibidores da recaptação da serotonina- e pelas que buscam encerrar a menstruação.
Uma das técnicas usadas é a pílula, já conhecida de quem queria adiar a menstruação para ir à praia, para casar ou por atletas antes de competições.
É o caso da agente de viagens Amanda Schmal, 29, que costuma "dobrar a cartela" quando calcula que estará com TPM ou menstruada nas reuniões de trabalho que faz com representantes de companhias aéreas.
"Temos uma ou duas reuniões por mês em que negociamos os pacotes para os turistas. Se fico de mau humor, com as pernas cansadas, as coisas tendem a não sair tão bem quanto em dias normais", afirma ela, que também inicia uma nova cartela sem interrupções quando viaja a trabalho para os EUA.
Ela diz considerar o método "mais natural" e que poderá deixar seu organismo mais preparado para a gravidez.

Pílulas
Já a artista plástica Marília Fayh Paulitsch, 51 anos, foi uma das que aderiu às pílulas com o objetivo de interromper permanente a menstruação.
"Costumo fazer viagens longas e levo peças de escultura. Era um incômodo muito grande ter que viajar de TPM. Ficava irritada. Sentia dores e não conseguia trabalhar direito."
A artista, que vive em Porto Alegre, conta que primeiro tratou a TPM com remédios, o que não funcionou. Depois, passou a tomar a pílula tradicional -mas como a garantia de evitar a menstruação "não era 100%", passou a adotar pílulas específicas para não menstruar mais.
O caminho foi seguido por sua filha, a professora de pilates Alessandra Paulitsch, 26, que tinha seu rendimento prejudicado em razão da falta de disposição. A diferença foi que, vendo os resultados da mãe, Alessandra não tentou tratar a TPM com antidepressivos e de cara atacou a menstruação.

Implantes
Também para acabar com a menstruação e evitar seus inconvenientes na vida profissional, as mulheres têm aderido a técnicas como implantes.
A produtora de eventos Cláudia Silva, 37, por exemplo, aderiu a um deles porque tinha cólicas muito fortes em razão da TPM, além de náusea e dor de cabeça. "Faltava bastante, quando tinha muita dor, tinha que ir embora para casa. Já uso essa técnica há oito anos e faço aplicações que duram um ano."
Ela diz que parar de ter esses sintomas foi fundamental para sua carreira. "Há dias em que viro trabalhando e preciso estar com disposição", diz.
Como ela, a técnica vem sendo adotada por inúmeras modelos com o objetivo, entre outros, de não perder desfiles e outros trabalhos. Entre as famosas que já aderiram ao implante estão Ana Hickmann, Emanuela de Paula e Ana Claudia Michels. (MP e CC)


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