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MORTE DE FOTÓGRAFO
Menor, que aparece em foto, nega participação no crime
Último suspeito se entrega à polícia
DA REPORTAGEM LOCAL
O terceiro e último suspeito do
assassinato do repórter-fotográfico Luis Antônio da Costa, conhecido como La Costa, apresentou-se ontem à Polícia Civil de São
Bernardo do Campo (ABC paulista), acompanhado de advogado, e
negou ter participado do crime.
Em depoimento, o adolescente
R.A.N., 16, afirmou que estava no
acampamento dos sem-teto no
terreno da Volkswagen quando
houve o homicídio. Por esse motivo, ele teria sido flagrado na foto
feita pelo fotógrafo do jornal
"Agora" logo após o crime.
La Costa foi baleado no peito no
último dia 23, quando acompanhava o dia-a-dia da invasão.
Segundo o delegado Marco Antonio de Paula Santos, da seccional de São Bernardo, o adolescente foi indicado pelo autor confesso
do crime, Renato dos Santos Lira,
23, que está preso. O outro envolvido no caso, Alexandre Aparecido Silvério, 25, conhecido como
Xeu, foi baleado ao ser detido e
ontem continuava internado.
Os três teriam roubado um posto de gasolina em frente ao acampamento. Na fuga, por acharem
que haviam sido fotografados,
eles teriam voltado para levar as
máquinas dos fotógrafos, segundo depoimento de Lira. O grupo
escapou passando por dentro do
terreno da Volkswagen.
O advogado que acompanhou o
adolescente na delegacia, Sebastião Siqueira Santos Filho, não
quis falar ontem sobre o caso.
De acordo com a polícia, R. estava em liberdade assistida quando La Costa morreu. Ele havia saído da Febem (Fundação Estadual
do Bem-Estar do Menor) três meses antes, depois de cumprir um
período de internação.
Em janeiro de 2002, o adolescente, então com 14 anos, foi detido em uma suposta boca de tráfico de drogas, na favela Vila São
José -perto da ocupação da
Volks-, com 20 papelotes de cocaína, o equivalente a 12 gramas.
Sete meses depois, ele acabou
recolhido de novo pela polícia,
após manter duas crianças como
reféns em um mercado que assaltou no centro de São Bernardo. R.
e outro adolescente tinham dois
revólveres. Em uma delas havia o
brasão de uma empresa de segurança privada, conforme informações da Polícia Civil.
No mesmo dia, ele e o amigo teriam praticado outro roubo. R. recebeu a medida de internação na
Febem.
(ALESSANDRO SILVA)
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