São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2004

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CAIXA-D'ÁGUA

Até 2014, região continuará extraindo mesmo volume do sistema Cantareira, que abastece metade de sua população

Grande SP mantém principal fonte de água

MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelos próximos dez anos, a Grande São Paulo poderá continuar a consumir os 31 mil litros de água por segundo que retira hoje do sistema Cantareira, que abastece metade de sua população -ou 9 milhões de pessoas.
A garantia de que o volume não muda evitará que a Sabesp (companhia de saneamento de SP) tenha de adiantar investimentos em busca de novas fontes de água, o que a empresa só prevê fazer de médio a longo prazo, a um custo de R$ 2,2 bilhões.
Cidades da Grande Campinas, também servidas pelo sistema, terão garantido consumo de 5.000 litros por segundo até 2014, o que antes não existia. A decisão agradou a representantes da região.
As decisões constam do novo termo de outorga (autorização para tirar água de rios ou represas) do Cantareira, que será assinado hoje pela ANA (Agência Nacional de Águas) e pelo Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo), a quem caberá gerir o sistema.
A outorga anterior, de 1974, permitia à Sabesp tirar os mesmos 31 mil litros por segundo para a Grande São Paulo, mas não dava nenhuma garantia ao interior. "Houve um grande ganho para as duas regiões", diz Francisco Castro Lahóz, do consórcio da bacia do Piracicaba (que reúne empresas da região de Campinas).
As duas retiradas estão asseguradas em 83% do tempo. Em casos de escassez extrema, quando o sistema atingir o que hoje é considerado como 0% da capacidade, os volumes terão de ser reduzidos para 24,8 mil litros por segundo para a Grande São Paulo e 3.000 litros por segundo para o interior.
Nesse caso, a região metropolitana teria de racionar água ou usar outras fontes. A possibilidade de isso ocorrer, porém, é de um mês em 74 anos, afirma Hélio Luiz Castro, superintendente de produção de água da Sabesp.
A nova outorga prevê ainda o banco de águas: se a Grande São Paulo ou o interior retirar do Cantareira menos água do que podem, o volume poupado acumula por um ano para uma eventual necessidade de maior consumo.


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