São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2004

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SAÚDE PRIVADA

Acordo deverá restringir o boicote da categoria apenas às seguradoras; movimento atinge 18 unidades da Federação

Médicos aceitam proposta de planos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Associação Médica Brasileira decidiu aceitar a proposta feita pelas operadoras de planos de saúde, o que, segundo o presidente da entidade, Eleuses Paiva, deverá levar ao fim do boicote dos médicos contra essas empresas nos próximos dias.
O movimento já atingia 18 unidades da Federação e levou os profissionais a pedir para serem descredenciados das operadoras, principalmente no Nordeste.
Os médicos conseguiram que as empresas incorporem classificação de procedimentos da categoria, o que aumentará o rol de serviços cobertos pelas operadoras. Ficou acertado ainda que os profissionais negociarão regionalmente os valores que receberão das empresas por procedimento.
Segundo Paiva, a AMB (Associação Médica Brasileira) indicará em breve negociadores para todas as regiões do país. O acordo também deverá evitar o início do boicote contra as operadoras de planos na capital paulista, maior mercado consumidor de saúde suplementar. A decisão sobre a incorporação de planos de saúde ao boicote em curso em São Paulo -que atinge seguradoras de saúde- deveria ocorrer no dia 17.
"Sempre que se abre uma negociação, leva-se à desativação do movimento", afirmou Paiva. Segundo ele, as únicas operadoras que ainda não apresentaram nenhuma proposta de acordo são as seguradoras. As empresas negam.
A diferença entre seguros de saúde e planos de saúde é que, no caso dos primeiros, é prevista por lei a possibilidade de reembolso -o cliente utiliza os serviços de qualquer médico e busca a devolução na empresa. A maioria dos brasileiros atendidos pela saúde suplementar (mais de 38 milhões de pessoas) tem planos de saúde.
As entidades médicas preferiram priorizar as seguradoras durante o boicote pela possibilidade de reembolso do cliente.
A proposta das operadoras de planos foi assinada pelo presidente da Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo), Arlindo de Almeida. Segundo ele, o acordo foi discutido com 320 associadas da entidade, que reúnem 80% dos clientes de planos.
Paiva e outros representantes de entidades médicas estiveram reunidos ontem com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no Rio, para pedir apoio ao movimento nacional. Segundo o presidente da AMB, Lula disse que se empenhará "pessoalmente" na resolução do problema. (FABIANE LEITE)


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