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SAÚDE PRIVADA
Acordo deverá restringir o boicote da categoria apenas às seguradoras; movimento atinge 18 unidades da Federação
Médicos aceitam proposta de planos
DA REPORTAGEM LOCAL
A Associação Médica Brasileira
decidiu aceitar a proposta feita
pelas operadoras de planos de
saúde, o que, segundo o presidente da entidade, Eleuses Paiva, deverá levar ao fim do boicote dos
médicos contra essas empresas
nos próximos dias.
O movimento já atingia 18 unidades da Federação e levou os
profissionais a pedir para serem
descredenciados das operadoras,
principalmente no Nordeste.
Os médicos conseguiram que as
empresas incorporem classificação de procedimentos da categoria, o que aumentará o rol de serviços cobertos pelas operadoras.
Ficou acertado ainda que os profissionais negociarão regionalmente os valores que receberão
das empresas por procedimento.
Segundo Paiva, a AMB (Associação Médica Brasileira) indicará
em breve negociadores para todas
as regiões do país. O acordo também deverá evitar o início do boicote contra as operadoras de planos na capital paulista, maior
mercado consumidor de saúde
suplementar. A decisão sobre a
incorporação de planos de saúde
ao boicote em curso em São Paulo
-que atinge seguradoras de saúde- deveria ocorrer no dia 17.
"Sempre que se abre uma negociação, leva-se à desativação do
movimento", afirmou Paiva. Segundo ele, as únicas operadoras
que ainda não apresentaram nenhuma proposta de acordo são as
seguradoras. As empresas negam.
A diferença entre seguros de
saúde e planos de saúde é que, no
caso dos primeiros, é prevista por
lei a possibilidade de reembolso
-o cliente utiliza os serviços de
qualquer médico e busca a devolução na empresa. A maioria dos
brasileiros atendidos pela saúde
suplementar (mais de 38 milhões
de pessoas) tem planos de saúde.
As entidades médicas preferiram priorizar as seguradoras durante o boicote pela possibilidade
de reembolso do cliente.
A proposta das operadoras de
planos foi assinada pelo presidente da Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo), Arlindo de Almeida. Segundo ele, o
acordo foi discutido com 320 associadas da entidade, que reúnem
80% dos clientes de planos.
Paiva e outros representantes de
entidades médicas estiveram reunidos ontem com o presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva, no Rio, para pedir apoio ao
movimento nacional. Segundo o
presidente da AMB, Lula disse
que se empenhará "pessoalmente" na resolução do problema.
(FABIANE LEITE)
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