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OUTRO LADO
Ex-secretário diz que obra nova não foi prioridade
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-secretário-executivo do
Ministério da Educação Luciano Oliva Patrício, que ocupou o
cargo entre agosto de 1995 e
abril de 2002, reconhece que a
pasta não foi a "campeã" na
aplicação de novos recursos do
governo, perdendo para Saúde.
Por outro lado, diz que o ministério foi um dos mais poupados nos cortes durante a gestão Fernando Henrique Cardoso. Afirma ainda que a redução
de investimentos está em parte
ligada à orientação do próprio
ministério de, entre outros, não
construir novas universidades
federais e centros tecnológicos.
A pasta optou por aplicar recursos em programas de universalização, como a merenda
escolar, o programa Dinheiro
Direto na Escola e o Fundef,
fundo que redistribui os recursos do ensino fundamental segundo o número de matrículas.
Isso explica o aumento dos
recursos para manutenção da
administração direta. "Parte da
queda dos investimentos se deve à opção de gastar o dinheiro
de outra forma", diz, destacando que o índice de correção
usado pelo pesquisador do
Ipea contribui para a variação.
No caso das universidades,
Patrício diz que elas recebem
também recursos por meio de
convênios, que não aparecem
na rubrica de custeio e investimento das instituições, porém
complementam os gastos.
O atual ministro da Educação, Tarso Genro, pretende fazer um caminho diferente.
Afirma que vai investir na expansão e no fortalecimento da
educação superior federal e na
melhoria da qualidade do ensino tecnológico.
Tarso reconhece a retração
dos investimentos em educação, mas diz que o processo será revertido. Lembra que definiu quatro pontos prioritários:
alfabetização, melhoria do ensino tecnológico, criação do
Fundeb (fundo para educação
básica) e reforma universitária.
Para 2005, o ministro diz ter
conseguido com a equipe econômica R$ 1 bilhão além dos
R$ 6,3 bilhões que terá neste
ano para projetos prioritários.
Nesta semana, Tarso afirmou
que deve dobrar o valor da
União no Fundef para 2005.
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