São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2004

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OUTRO LADO

Ex-secretário diz que obra nova não foi prioridade

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-secretário-executivo do Ministério da Educação Luciano Oliva Patrício, que ocupou o cargo entre agosto de 1995 e abril de 2002, reconhece que a pasta não foi a "campeã" na aplicação de novos recursos do governo, perdendo para Saúde.
Por outro lado, diz que o ministério foi um dos mais poupados nos cortes durante a gestão Fernando Henrique Cardoso. Afirma ainda que a redução de investimentos está em parte ligada à orientação do próprio ministério de, entre outros, não construir novas universidades federais e centros tecnológicos.
A pasta optou por aplicar recursos em programas de universalização, como a merenda escolar, o programa Dinheiro Direto na Escola e o Fundef, fundo que redistribui os recursos do ensino fundamental segundo o número de matrículas.
Isso explica o aumento dos recursos para manutenção da administração direta. "Parte da queda dos investimentos se deve à opção de gastar o dinheiro de outra forma", diz, destacando que o índice de correção usado pelo pesquisador do Ipea contribui para a variação.
No caso das universidades, Patrício diz que elas recebem também recursos por meio de convênios, que não aparecem na rubrica de custeio e investimento das instituições, porém complementam os gastos.
O atual ministro da Educação, Tarso Genro, pretende fazer um caminho diferente. Afirma que vai investir na expansão e no fortalecimento da educação superior federal e na melhoria da qualidade do ensino tecnológico.
Tarso reconhece a retração dos investimentos em educação, mas diz que o processo será revertido. Lembra que definiu quatro pontos prioritários: alfabetização, melhoria do ensino tecnológico, criação do Fundeb (fundo para educação básica) e reforma universitária.
Para 2005, o ministro diz ter conseguido com a equipe econômica R$ 1 bilhão além dos R$ 6,3 bilhões que terá neste ano para projetos prioritários.
Nesta semana, Tarso afirmou que deve dobrar o valor da União no Fundef para 2005.


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