ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO RIO

O pagamento de indenização a uma ex-moradora do edifício Palace 2 e dez parentes seus, em novembro de 2002, é investigado pelo Ministério Público do Rio.
Na época do pagamento, as ações judiciais relativas ao patrimônio do dono da construtora do Palace 2, o ex-deputado Sergio Naya, estavam sob a responsabilidade do juiz Alexander Macedo, da 8ª Vara empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, que não concedeu indenizações à Associação das Vítimas do Palace 2, composta de cerca de 120 famílias.
Macedo não quis comentar o assunto. Desde fevereiro, ele é investigado pelo TJ sob suspeita de ter autorizado de forma irregular o desbloqueio de bens de Naya.
Ele autorizou o pagamento a Eusalyr Telles Pires de Faria e dez parentes seus. Oito deles morariam em Goiás e estariam no Rio no dia da tragédia. Segundo o Ministério Público, a ex-moradora vivia só com uma filha e uma neta.
Eusalyr foi defendida pelo advogado Jader Pedro do Nascimento, que apresentou o testemunho de duas pessoas para comprovar que os oito parentes estavam com Eusalyr no dia do desabamento.
O caso foi encaminhado à 16ª Promotoria de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos do Ministério Público e pode levar à abertura de um inquérito policial.
Uma das testemunhas, Josileia Lins Nabuco de Araújo, foi na segunda passada ao Ministério Público e afirmou ter prestado falso testemunho. Ela trabalhou no escritório de Nascimento e disse ter sido induzida a erro por ele.
Araújo afirmou que o advogado passou a exibir sinais de enriquecimento a partir de 2002. O Ministério Público suspeita que ele tenha feito um acordo com Naya.
O advogado de Eusalyr, Jader Nascimento, não respondeu às ligações da Folha.


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